Sofrer com transtornos mentais como transtorno de ansiedade, depressão, síndrome do pânico, transtorno bipolar entre outros, é viver entre autos e baixos. Dias bons, dias ruins…
Sempre compartilho com todos sobre esse meu sofrimento, e claro recebo apoio de muitos, e muitas críticas também. Hoje vou falar um pouquinho sobre essas críticas que recebo quando falo sobre esses dias ruins.
Sempre escuto:
‘’sua vida é perfeita‘’
‘’é pecado se sentir assim, vc tem tudo’’
‘’se tem saúde é o que importa‘’
‘’tem gente com problemas de verdade’’ e etc.
Creio que algumas pessoas que sofrem com alguma dessas doenças também já escutaram isso.
Quando eu ouvia esse tipo de comentário, a minha dor se multiplicava porque além de não me sentir bem, eu carregava a culpa de sentir algo que eu não poderia sentir de acordo com a opinião de terceiros.
Demorou muito para entender que eu não precisava carregar o peso dessa culpa, demorou muito para entender que meu problema também pode doer, que eu não tenho saúde, a partir do momento que minha saúde mental está comprometida, e que a dor é individual, o que dói muito em alguém, pode não doer nada em mim, e minha dor que pode até parecer fútil para alguém, para mim é a dor mais forte do mundo.
É preciso aprender a respeitar a dor do outro, até em casos que não sejam sobre doenças emocionais, somos seres individuais, com sentimentos e intensidades diferentes, não é possível julgar a dor do outro, ou mesmo sua alegria.
O que te faz/faria feliz? (responda para si mesmo em pensamento).
Provavelmente a sua resposta, é algo que outra pessoa tenha e nem por isso ela se sente feliz e completa por isso. Liberte-se e sinta a sua tristeza, aprenda e se cure com ela, não se culpe por estar triste, não se culpe porque você tem casa, comida, relacionamento, dinheiro e etc e não se sente feliz por completo, existem pessoas que não tem nada disso e são extremamente felizes, transtornos emocionais são complexos, não é nada do que temos ou deixamos de ter que nos deixam tristes, é coisa de momento, é sobre ser e não sobre ter.
As vezes o medo da dor, acaba doendo mais que a própria dor.
Então deixa doer, chore, desabafe com quem você sabe que te apoia, te escuta e se você não tem essa pessoa sinta-se a vontade para falar comigo, mas por favor não se culpe por não se sentir bem.
A meta é ficar bem, mas sua dor precisa ser sentida!
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