Obsessão pela beleza

Oi meninas,

Não há problema nenhum em querer andar bem vestida, perfumada, em cuidar do corpo, do cabelo, ser elogiada e considerada elegante e bonita. Mas em que ponto essa busca pela beleza se torna uma obsessão? O que vemos hoje é que há uma enorme pressão para que nós nos adequemos a padrões de beleza, quando na verdade deveríamos valorizar o que cada uma de nós temos em especial.

É fato que todos nós somos diferentes, não apenas falando de estrutura emocional, mas também fisicamente, então é óbvio que não dá para nos adequarmos a um padrão de estética imposto pela sociedade. A felicidade não está no tamanho de calça que você veste, na cor, corte e tipo do seu cabelo, na marca de roupa que usa, no tamanho dos seios ou no nariz fino esculpido através de plásticas.

De que vai adiantar tudo isso se dentro de nós não houver espaço para a beleza interior, para a busca pelo conhecimento e crescimento pessoal? Nada! No entanto, as academias estão lotadas, os centros de estética inovam em tratamentos anti-isso, anti-aquilo, os cirurgiões plásticos vivem com a agenda lotada e, ainda assim, as pessoas estão cada vez mais infelizes e menos satisfeitas com a própria imagem.

A questão aqui não é ser contra tratamentos estéticos, plásticas ou contra o desejo de estar elegante. Sou contra sermos reféns disso, sou contra a idéia de fazer da busca pelo corpo perfeito e da beleza um projeto de vida ou único meio de realização pessoal. O corpo se degrada com o tempo, é natural, então por que investir tanto tempo da vida em algo que, um dia, vai passar? Ao contrário, conhecimento, experiência de vida e conquistas, isso sim, fica para a vida toda.

A idéia aqui não é deixar de se cuidar, mas fazer isso com bom senso, para você se sentir bem e não para satisfação alheia ou para se encaixar em algo que é a sociedade que impõe. Que esse cuidar de si seja em prol da saúde, do bem-estar, do sentir-se bem consigo, e não por sucumbir à ditadura da beleza. O que acontece também é que as pessoas confundem beleza com estética, e beleza vai muito além do físico. Nós temos um poder interior muito grande, então tudo que sentimos, pensamos e percebemos sobre nós mesmos, influencia fortemente no nosso comportamento e na nossa percepção e na dos outros. Se nos sentirmos lindas, seremos vistas assim não só por nós mesmas, mas também pelos outros.

Já vi mulheres fora dos padrões que tinham tanta segurança em si, tanta confiança e se sentiam tão especiais, que estavam sempre cercadas de pretendentes, de pessoas que elogiavam suas belezas, seus gestos, modos, suas inteligências e habilidades. Já disse nos meus textos e repito: beleza é subjetiva!!!! O que é belo para mim, pode não ser nem para você nem para meio milhão de pessoas!!

Então por que cobrar-se por algo que é tão subjetivo? Por que lutar por uma beleza que agrade os outros quando você deveria agradar apenas a você mesma? É você que tem que se amar, valorizar sua imagem e sentir-se bem em seu próprio corpo, afinal, quem tá nele é você!

Antes de tudo, é preciso nos desprendermos dos padrões estéticos, esquecer peitão, bundão, cabelão liso, cinturinha fina, pernão, etc, e aprender a respeitar a sua própria estrutura, os limites do seu corpo e a você mesma. É preciso separar necessidade real de um simples desejo para se encaixar nos padrões, é preciso re-significarmos nosso próprio conceito de beleza e respeitar quem somos.

Beleza é sentir-se bem mesmo indo contra os padrões de beleza impiedosamente impostos; nada é mais bonito do que a alegria, o bom-humor, o equilibro e a paz interior de estar de bem consigo mesmo; nada importa mais do que desenvolver uma autoestima e autoimagem positivas e satisfatórias. Libertem-se da escravidão do padrão inatingível de beleza e aprendam a amar a sua própria imagem!

Se SENTIR bonita? SIM! Ser obsessiva? NÃO! Ser escrava da ditadura da beleza? NUNCA!

Beijos!!

Amanda Carvalho ([email protected])