Wonderlab significa “laboratório fantástico”.
Ao desfilar para coleção “Catedral de Notre-Dame” da Estilista Hingrid Grassi (Veja a matéria completa AQUI.), este termo imediatamente me veio à cabeça.
Em contraponto ao desencanto da ciência acarretado pelo pós-guerra, Wonderlab é a tendência que nos dirá “a ciência agora é cool”.
Muito além de simplesmente “cool”, esta tendência valoriza o conhecimento raro e específico sobre alguma coisa ou assunto e caracteriza isso como um luxo só permitido aos mais interessados, os quais procuram marcas e peças sustentáveis.
Os consumidores desta tendência são chamados de Democtratic Hedonists (“hedonistas democráticos”), que procuram e aprendem a viver em novos estilos de vida, buscando conhecimentos inspirados em comportamentos Sci-Tech – que une tecnologia e ciência.
O avanço da ciência nos permite ver beleza onde menos esperamos, e essa visualidade é apontada como a próxima fronteira do luxo.
Os tecidos serão mais tecnológicos, até mesmo metálicos, as estamparias serão microbióticas e a beleza estará onde menos se espera.
O contraste dos tecidos brilhantes com os opacos será ideal na roupa casual, ao passo em que os acessórios parecem ter acabado de sair de um laboratório, com elásticos, velcro e acabamentos furta-cor.
O Wonderlab faz parte das quatro macro tendências que guiam o mundo da moda atual.
Cada uma destas tendências revela MUITO além dos modismos passageiros que invadem nosso guarda-roupas.
Tais tendências enquadram em si o rumo para o qual nosso comportamento caminha.
Além do Wonderlab, as outras três Macro Tendências são:
Story of Now: “adoradores da realidade” que buscam estar atualizados com a internet e em campanha constante contra os preconceitos. A beleza cotidiana estará nas roupas do cotidiano: silhueta mais baixa, estampas com mensagens, cortes com inspiração no concretismo, com uma leve tensão entre o tradicional e o tecnológico.
Sustainability: “é uma tendência de atitude e comportamento. Nunca os três R foram levados tão a sério: reduzir, reciclar e reutilizar deixaram de ser um chavão pra ser uma prática. Os consumidores estão mais conscientes e para eles já não basta mais falar que é o tecido é natural. Agora se quer saber como ele chegou nesse ponto, se a cadeia de trabalho envolvida paga as pessoas de forma justa e se uma peça não faz um verdadeiro estrago no meio ambiente. A moda rápida tem sido olhada atentamente, já que se tem criado formas de reciclar muita coisa, mas as roupas ainda são um ponto mal resolvido.”
Idiomatic: “é a tendência que diz que cada vez mais valorizaremos as singularidades de cada comunidade. O global celebrará as culturas locais e se inspirará nas comunidades, em seus símbolos, costumes e hábitos. É como se estivéssemos prestes a viver uma nova onda culturalista exatamente pela possibilidade de exploração das idiossincrasias e excentricidades. O local será trazido para o global. Os acessórios terão inspiração nos países bálticos. As crianças vestirão a simplicidade da China rural com seu algodão lavado, dando a noção de atemporalidade. A roupa íntima, por sua vez, é detalhista, colorida e decorada como o México, com muito azul, vermelho e amarelo realçados pelo branco.”
Coleção Wonderlab de Iris Van Herpen, primavera-verão 2012.
Uma coleção com materiais singulares como metal, fibra de vidro e plástico.
Karl Lagerfeld, estilista da Chanel, prêt-á-porter verão 2012, exemplo da tendência Wonderlab.
Qual é a sua Macro Tendência?
Leia: Moda Paris – Desfile da Coleção “Catedral de Notre-Dame” de Hingrid Grassi
Beijos
Karina Viega
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