Meninas,
Recebi um e-mail da Celeste, uma seguidora do Patricinha Esperta, sobre os cinco arrependimentos mais comuns dos pacientes terminais e achei tão interessante que resolvi fazer um post sobre alguns dos tópicos.
O primeiro tópico fala de uma coisa que venho pensando muito, que é a coragem de viver uma vida que seja verdadeira pra mim e não a vida que os outros esperam de mim.
Eu sei que isso é MUITO difícil, já que a tendência normal do ser humano é ceder às expectativas alheias e querer agradar aos outros, mas o básico na vida de qualquer pessoa é ter os próprios sonhos e viver de acordo com esses sonhos.
Viver de acordo com as expectativas dos outros e ceder ao que “esperam” da gente é a receita para uma vida mal vivida, é a receita para uma vida “sem quê, nem pra quê”.
Não, não é fácil ser exatamente o que a gente é e fazer o que queremos fazer, mas essa é a única maneira garantida de viver uma vida plena de significado.
Desde pequenos somos condicionados a fazer o que esperam que a gente faça, a ser o que esperam que a gente seja. É comum que os filhos sigam as profissões dos pais, muitas vezes apenas porque era isso que se esperava deles. Mas isso, em algum momento, vai gerar frustrações e, acreditem nisso ou não, frustrações entristecem, adoecem, apagam nosso brilho.
Cada ser humano que vem pra essa experiência chamada vida, vem com características próprias, destino próprio e dons que pertencem somente a ele. Assim, é óbvio que cada um deve fazer exatamente aquilo que sonha, que ambiciona, que deseja.
Fazer medicina quando o que você quer é ser engenheiro, fazer psicologia quando o que você quer é ser bailarina, fazer engenharia quando o que você quer é ser estilista, é uma agressão à sua vida, aos seus sonhos e ao ser especial e único que você é. Você pode vir a ser médico, engenheiro ou psicólogo, mas eu garanto que você jamais terá a felicidade que você teria se fizesse exatamente aquilo que você sonha, aquilo para o qual você foi destinado.
Tá, talvez um médico tenha mesmo um reconhecimento social e um padrão de vida mais elevado que, por exemplo, um professor de filosofia. Mas se o que você quer na vida é ser professor de filosofia, o que diabos a medicina vai te proporcionar além de reconhecimento e dinheiro? Isso é importante? Lógicoooo que sim, mas não é tudo… Não é mesmo!
Além disso, você, com certeza, poderia ser a melhor professora de filosofia do mundo, mas nunca será a melhor médica do mundo, simplesmente porque pra ser o melhor tem que ter um ingrediente básico chamado paixão, e paixão não tem como impor, ou você tem ou não tem, não há meio termo possível.
É difícil viver os próprios sonhos? Quase sempre…Mas vale muitíssimo a pena e eu sou um exemplo vivo disso.
Eu sou advogada, uma profissão que não me foi imposta, uma profissão que eu escolhi, mas que se revelou uma péssima escolha pra mim simplesmente porque eu não tenho o perfil, porque eu não gosto e porque eu não tenho mesmo a menor paciência para o dia-a-dia jurídico.
Eu sou imensamente feliz escrevendo aqui todos os dias para vocês ( e pra mim também!), e isso não há no mundo o que pague! Não importa o que os outros achem, não importa de que forma os outros enxerguem, não me importa o julgamento alheio, o que me importa, mesmo, é a satisfação gigantesca de fazer algo que eu realmente gosto, que eu realmente quero e que me faz feliz.
Muitas vezes a gente faz o que não gosta pra poder fazer o que gosta, pra poder, mais tarde, bancar os nossos sonhos. Isso é super válido, desde que a gente não se acostume, não se acomode nisso.
O que a gente não pode mesmo, nunca, é desistir da gente. Isso não dá, isso não tem justificativa. E desistir dos próprios sonhos é, também, desistir de si mesma.
Por isso eu digo: olhem bem dentro de vocês e vejam se vocês estão vivendo os seus sonhos. Se a resposta for negativa, parem, pensem e vejam se está valendo à pena.
Ahh, e antes que vocês digam “ ahh Ju, mas não dá mais”, eu digo “ sempreeee dá, sempre é tempo”. Sempre!
Beijos
Ju
@JuLopesL / julianalopes@patricinhaesperta.com.br