Qual máscara você está usando hoje?
Falando com minha amiga Lu hoje no WhatsApp estávamos filosofando e conversando sobre:
Agradar a nós mesmos ou aos outros?
Nossos desejos verdadeiros e ações são impactados pelos que os outros pensam?
Você faz tudo o que deseja ou seus atos são adaptados para serem validados?
Uma vez li uma frase do Carl Jung que falava:
“Todos nós nascemos originais e morremos cópias”.
Todos nós, de alguma forma ou de outra tivemos que em algum momento se conter e se adaptar às regras, ao cenário, a uma “tribo” para não sermos totalmente excluídos ou por pura validação.
A verdade é que são raras as pessoas 100% livres e originais perante a sociedade… Na verdade, “fora do mundo dos artistas”, eu só conheço uma pessoa próxima assim (meu pai). Ele é meu maluco beleza favorito, enquanto alguns o consideram “louco” eu o considero digamos singular, original e livre.
Lembro que na adolescência eu era considerada a Ovelha Negra da família, eu era totalmente questionadora, detestava a hipocrisia ao meu redor e tinha muita dificuldade em seguir às “regras”.
Mas com o tempo, agora com 30 anos, vejo que a vida vai nos adequando como pessoa, nossa essência interna continua bem aqui dentro, mas nossa originalidade vai se transformando em outra e se adequando conforme situação e lugar. Chamam isso de maturidade…
E na vida adulta acaba sendo cada vez mais difícil sermos nós mesmos, com o casamento, por exemplo, vem inconscientemente ou conscientemente comportamentos, modo de pensar, muitas vezes impostos pelo parceiro.
Com os filhos a pressão só aumenta: que imagem devo passar pro meu filho?
Deve ser por isso ainda não tive coragem de ser mãe, penso que é muita responsabilidade: ensinar, corrigir, dar o exemplo, criar regras e entregar ao mundo um ser melhor que eu… E a auto responsabilidade em não errar, em não decepcionar, da cobrança em ser perfeita…. E a família comercial de margarina é a favorita da sociedade. É tão mais confortável participar de uma foto bonita e (míope) do porta retrato familiar sorridente e muitas vezes dissimulada, do que encarar os defeitos e dificuldades de cada um sem filtro… aceitando o outro em sua realidade nua e crua entre 4 paredes. Apresenta-se de uma forma para a sociedade, no entanto, intimamente, travamos uma guerra interna entre SER, QUERER, e VIVER bem em sociedade ou agradar a si mesmo.
Cada pessoa é um universo interno, em busca da tal FELICIDADE. A verdade é que não somos – e não devemos ser uma coisa só (…) Então, entre tantas vivências, é errado julgar e dizer que estamos sendo “falsos”, “egoístas”, “insensíveis” ou com outra palavra que usamos tanto hoje em dia “sem empatia” e sim, o que é preciso para sobreviver: assim com fazem os animais em cada ambiente. No fundo somos animais, só que mais evoluídos e com sentimentos múltiplos: em busca de sobrevivência. Somos seres humanos que por dentro gritamos por liberdade, mas por fora presos aos rótulos e validações.
Eu acho que eis o desafio da vida, sermos nós mesmos, respeitando nossos valores e crenças ou agradar aos outros.
Cabe a cada um tentar ir se adaptando conforme dá e não deixar a sua criança interna, seu verdadeiro eu ir morrendo aos poucos.
Quero dizer que, essa é uma opinião minha, não sou psio e aqui não é uma sessão de terapia.. Compartilho aqui minhas questões, pensamentos e etc. Também sou cheia de máscaras se adequando nessa porra toda. E se você acha que você não usa nenhuma máscara, me diga como é ser um (ser evoluído nesse mundão de Deus)?
E termino esse texto com um DESAFIO para você com algumas questões:
Quem você já foi um dia e teve que se adequar ao que os outros querem?
Quem é você de verdade?
Já pensou o quão extraordinário seria se você conseguisse usar menos máscaras e ser mais você por mais TEMPO?
Que tal tentar ser você HOJE?