Toda separação é difícil e gera traumas e problemas, mas isso pode ser muito mais grave quando o casal tem filhos.
O que acontece é que, independente dos motivos da separação, os dois lados tendem a ficar em um jogo de culpa por muito tempo, e o ressentimento acaba tomando conta de ambos e refletindo na parte mais fraca desse laço: nos filhos!
Sim, é cada vez mais comum que os casais se separem, é mais comum, aliás, do que eles ficarem juntos, mas isso não tem lá muita relação com a forma como as “partes” envolvidas no processo de separação tendem a lidar com os filhos. Porque é fato que adultos desequilibrados ou profundamente feridos tendem a usar o filho como “arma de guerra”, colocando-o contra a outra “parte”, que pode ser o pai ou a mãe.
Na grande maioria dos casos, o pai que age dessa forma não tem muita noção do mal que está fazendo para o próprio filho, porque o alvo dele é o ex-parceiro e não o filho. Assim, ele não analisa o impacto que isso pode gerar na vida da criança, mas sim, o quanto pode atingir o ex. Por isso que falei, inicialmente, que isso tende a ser mais comum em pessoas que se desequilibram com o final dos relacionamento e, sejamos sinceros, quase todo mundo se desequilibra.
De modo geral, isso é mais comum de acontecer, ou com a parte que ficou com a guarda da criança, ou com a parte que, estando ou não com a guarda, se sente mais prejudicada, ou porque foi trocada, ou porque foi traída ou porque foi abandonada. Pior, os familiares das partes podem piorar bastante o quadro e envenenar a criança e também o adolescente, contra um dos pais. O correto seria que, numa separação, os filhos fossem preservados, mas é fato que sempre tem um que “envenena” as crianças, e isso inclui avós, tios e primos, por exemplo.
Sim, parece absurdo, mas é muito mais comum do que se imagina! E o que acontece em seguida é que a criança passa a ter pavor em relação a um dos pais, acreditando que ele não a ama, que não quer seu bem, que preferiu outra vida, outra família, que o abandonou, que “não presta” e por aí vai.
Assim, a criança ou adolescente passa a acreditar nisso e se afasta do pai/mãe, o que causa problemas graves para o desenvolvimento emocional deles.
É comum que, no processo de separação, o comportamento da criança mude, afinal, tudo aquilo é muito novo para ela, e o mundinho que ela tinha, todo estruturado, desaba, sendo que ela não tem a menor estrutura emocional, é claro, para lidar com isso. Contudo, se a criança começa a rejeitar um dos pais, a não querer ficar perto, a não querer a sua presença, é preciso investigar o que anda acontecendo, porque muito provavelmente a criança vem sendo envenenada em relação a um dos genitores.
No próximo post (AQUI) a gente fala mais sobre como lidar com essa situação, tá?
Beijos
Ju Lopes