O aluno que chega ao Centro Equestre Cavaleiros de São Jorge, na DF 495, a cerca de 11 quilômetros de Santa Maria em Brasília, convive com limitações. São crianças, adultos e idosos de diferentes realidades físicas e transtornos psicológicos. Pessoas que tiveram pouco contato com a natureza, com os animais e principalmente, com o esporte. Lá, eles encontram uma terapia diferente, na qual aprendem a montar cavalos e a valorizar o meio ambiente. Com o tempo, melhoram a autoestima e desenvolvem habilidades locomotoras, esportivas e até músicas.
Uma pessoa que sofre com problemas físicos decorrentes da falta de oxigênio no cérebro desde que nasceu, é o ideal. A pessoa fica mais entusiasmada, alegre, independente, melhora a coordenação motora e a postura. Além da disposição física, o medo e a impaciência com os animais, dão lugar ao carinho e à atenção aos bichos.
A organização não-governamental (ONG) Cavaleiros de São Jorge surgiu há quatro anos, isolada do centro urbano, para oferecer aos pacientes o serviço de equoterapia, atenção, carinho, solidariedade, etc. O método beneficia a pessoa com necessidades físicas porque gera estímulos corporais, exige coordenação motora e controle muscular. Atualmente são 30 pessoas atendidas, a maioria de classe média baixa.
Lá existem duas terapeutas que acompanham todo o processo de interação entre a criança e o animal. Cerca de 60 pessoas já passaram pelos cuiadados das duas, que contam apenas com o apoio de uma fisioterapeuta e o caseiro da chácara. E eles afirmam casos em que as atividades mudaram a vida das crianças.
A fala, o sistema cognitivo e a convivência social, que muitas vezes é limitada à família, também são estimulados. Nos casos em que o problema é mais mental do que físico, as crianças são agitadas e até violentas. A equoterapia as tranquilizam. Muitas deixam de tomar remédios por causa das atividades.
Nas primeiras aulas, o aluno tem um espaço limitado por uma cerca para montar acompanhado. Com o decorrer das sessões, o avanço psicomotor é registrado. Após se adaptar ao ritmo do animal e interagir com ele, a criança tem autonomia para se manter só no cavalo e partir para a trilha. A Associação Nacional de Equoterapia recomenda 30 minutos para não esgotar os alunos. Eles adoram a trilha e no caminho, contam histórias e veem animais do cerrado.
Muitas pessoas que fazem equoterapia e que chegam com paralisia cerebral, ficam mais atentas, reconhecem os animais na rua, apontam e se alegram quando falam o nome do animal em que montam. A Organização não recebe financiamento governamental. Uma fundadora é musicista (compositora e música) e inseriu os instrumentos e o canto na equoterapia. Por meio do projeto, pessoas conhecem a percurssão e trocam conhecimentos e experiências sobre a música.
A equoterapia também é destinada a pessoas com depressão, problemas emocionais e dificuldade de aprendizagem. Qualquer um pode participar das atividades, desde que tenha, no mínimo dois anos de idade e nenhuma contraindicação médica.
É muito legal esse trabalho, não é? E realmente além de ajudar as pessoas, é uma terapia mesmo!
Beijos, Rogéria