No post anterior (AQUI) expliquei um pouco do que é a alienação parental, de porque acontece e de como isso afeta a vida das crianças, e nesse vou falar sobre como fazer esse processo parar, para o bem da criança.
Ao notar uma rejeição exagerada, o não querer ficar perto ou partilhar a vida, e a raiva do filho, é essencial que, com calma, o pai/mãe rejeitado converse com a outra parte. É preciso saber o que está motivando essa reação da criança, o que está sendo dito e de que forma essa separação está sendo “repassada” para os filhos. Não se pode começar a conversa em tom de acusação porque, em alguns casos, quem está “fazendo a cabeça” da criança nem é o pai/mãe, mas sim, algum familiar.
De qualquer forma, é preciso pedir para que isso seja investigado e que o comportamento seja banido, já que os prejuízos para o desenvolvimento emocional da criança são enormes. Caso o diálogo não logre sucesso, existem meios legais de “trabalhar” isso, podendo resultar, inclusive, em perda de guarda pelo genitor alienante, o que se dá em benefício do menor.
Para além de fazer cessar o comportamento abusivo por parte de um dos genitores, é essencial que a “outra parte” tente se aproximar do filho e, de forma suave, sem agredir o genitor alienante, explicar o que está acontecendo, mostrar para a criança a sua verdade, o seu lado da história.
Além de muito diálogo, o pai/mãe pode e deve tentar fazer cada vez mais parte da vida do filho, participando de brincadeiras, levando para passeios e aproveitando esses momentos juntos para mostrar o quanto o ama, o quanto ele continua sendo importante, independente da separação, porque se separa do homem/mulher, mas não do filho.
Há que se ressaltar, ainda, que, estando a criança já bastante confusa e abalada diante de tantas e inesperadas mudanças, não se pode, de forma alguma, aumentar esse desequilíbrio, que pode acontecer quando, por exemplo, o genitor que está sendo prejudicado briga, discute e comete qualquer ação agressiva na frente da criança.
Todo o cuidado do mundo precisa ser tomado nessa fase em que o menor está tão vulnerável, sobretudo porque os pais são as maiores referências dos filhos, que os veem como modelos de tudo e para tudo, e, ao passar por isso, eles perdem não só o convívio com uma das partes como também essa referência tão importante para a sua formação.
Esse tipo de problema costuma deixar sequelas na criança que podem durar toda uma vida. Sim, a tristeza da infância passa, assim como a raiva e a decepção, mas as marcas da ausência permanecem para sempre, e podem moldar inúmeros aspectos da personalidade, influindo, inclusive, na dificuldade de se relacionar e de confiar no outro.
Então, pelo bem da criança, mesmo diante de todo esse transtorno, é preciso que os pais entrem em um consenso, não se agridam (ao menos na frente da criança) e evitem a todo custo colocar o filho no meio desse “campo de batalha”.
Beijos
Ju Lopes