Nesse mundo em que vivemos, dinheiro é a questão central em quase tudo aquilo que fazemos na vida. Precisamos dele para, por exemplo, nos vestir, pagar as contas, comprar comida, viajar, ter lazer, nos deslocarmos, dar uma vida digna aos filhos, bancar educação e termos uma boa aposentadoria.
Quando estamos nos relacionando, o dinheiro também acaba influenciando, por isso, é importante avaliarmos qual a nossa relação com o dinheiro e o quanto ela interfere em nossa vida amorosa.
Qual a relação entre dinheiro e a vida amorosa?
Quem somos hoje é reflexo do que vivenciamos em nossa infância. Assim, se os pais usam o dinheiro para manipular, controlar ou agradar os filhos, está criando, na verdade, um sentimento de menos-valia e desamor. Quando os pais só demonstram carinho através de dinheiro e presentes, a criança acaba associando dinheiro e amor.
Nesse aspecto, o dinheiro passa a ter um valor emocional, que pode (e acaba por) interferir na forma como a pessoa se relaciona com as pessoas. É como uma mulher que não aceita que um homem pague a conta de um restaurante por achar que isso é sinal de que ela seja inferior, ou então aquela pessoa que insiste em pagar tudo para todo mundo e está sempre no vermelho.
Pior ainda é quando a pessoa se sente mal e culpada por gastar com ela mesma, achando que não merece, que não vale o gasto ou que, por ser pra ela, é algo fútil e desnecessário.
De um modo geral, essa relação primária com o dinheiro, em que ele se associa com o afeto, gera baixa autoestima, sentimentos de inferioridade e até mesmo uma necessidade compulsiva de estar sempre gastando, tentando provar a si mesma que isso é o que trará felicidade.
Vivenciar esses conflitos entre afeto e dinheiro acaba fazendo com que a pessoa tenha conflitos nas relações amorosas, por causa do sentimento de inferioridade, que gera medo de rejeição, angústia e ansiedade.
Como o dinheiro interfere no relacionamento?
O que acontece são repetições de padrões aprendidos na infância. Assim, se você, por exemplo, está em uma relação com uma pessoa que tem dificuldades de doar, seja financeiramente ou emocionalmente falando, você está repetindo e mantendo viva a privação experienciada na infância, reforçando seus sentimentos de inferioridade e de baixa autoestima.
Se a pessoa não consegue doar amor ou não consegue lidar com a vida financeira, então ela também estará travada para se doar emocionalmente. Saber lidar com o lado financeiro é saber lidar com os afetos, as turbulências e as necessidades que um relacionamento traz.
Como tratar das questões financeiras em um relacionamento?
Falar de dinheiro é meio delicado, mas é necessário SEMPRE manter o diálogo, até por que se vocês estão juntos, com certeza devem fazer planos para o futuro e isso inclui, inevitavelmente, a parte financeira.
É muito importante você conhecer seu parceiro e também a si mesma, detectando quem é melhor para planejar, quem é bom em executar, em negociar, e etc. Além disso, vocês precisam encontrar um ponto de equilíbrio, pois um pode querer juntar dinheiro para comprar uma casa e outro pode querer gastar com viagens, e esses conflitos de planos podem balançar a relação.
Assim, dedique um tempo para analisar as contas, planejar os próximos gastos e avaliar o que é desnecessário. Quanto a quem paga o que, se as despesas vão ser divididas ao meio ou quando um ganha mais que o outro, essas questões devem ser analisadas pelo casal, para encontrar uma solução que satisfaça a ambos e evite que um se sinta prejudicado ou inferior ao outro.
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Beijos,
Amanda Carvalho (amandacarvalho@patricinhaesperta.com.br)