O uso da pílula anticoncepcional gera muitas dúvidas e é comum chegarem algumas perguntas no e-mail sobre o tema, por isso acho importante fazer um “bate bola” sobre o uso da pílula, para tirar as maiores dúvidas de vocês, certo?
Vamos lá!
1- Qual a composição da pílula?
A pílula pode ser combinada, que é quando é composta por estrógeno e progestágenos, ou constituída somente por progestágenos, como é o caso da minipílula.
Os anticoncepcionais orais combinados, que são os mais utilizados, possuem doses variáveis de estrogênio e tipos diferentes de progesterona (progestágenos).
O estrogênio é sempre o etinilestradiol e o progestágenos poder ser gestodene, desogestrel, levonogestrel ou acetato de ceproterona.
Os anticoncepcionais trifásicos contêm etinilestradiol (estrogênio) e levonorgestrel (progestágeno) em doses variáveis de acordo com a dosagem dos comprimidos para ter um efeito similar às variações hormonais da mulher.
Já a minipílula, contém apenas progestogênio.
2- Como saber se a pílula é de baixa, média ou alta dosagem?
A dosagem da pílula está relacionada a dosagem do estrogênio, sendo que as pílulas de baixa dosagem possuem de 20 e 30 µg, as pílulas de média dosagem possuem 35 µg e a pílula de dosagem mínima possui 15 µg.
Na embalagem contém a dosagem, então é fácil de identificar. Ademais, as pílulas de dosagem mínima têm um regime de 24 dias de tomada e 4 dias de pausa, enquanto as outras, com exceção da Yaz ( que contém 20 µg e também apresenta regime de 24 dias tomando e 4 de pausa),possuem um regime de 21 dias de tomada e 7 dias de pausa.
3- Qual o mecanismo de funcionamento da pílula anticoncepcional?
A função da pílula é inibir a ovulação, o que ela faz de duas maneiras: atingindo a glândula para bloquear a ovulação e alterando, deixando mais espesso, o muco cervical para imobilizar o espermatozoide, dificultando a passagem dele, e fazendo com que o endométrio fique inadequado para a implantação do óvulo.
O mecanismo da minipílula é diferente, pois ela não age na pituitária. Seu mecanismo de ação se resume a alterar o muco cervical para imobilizar o espermatozoide, e por isso ela é menos eficaz do que a pílula combinada.
4- Qual o risco de engravidar?
A eficácia da pílula é das mais altas entre os métodos anticoncepcionais, de forma que, tomando a pílula todos os dias no mesmo horário, o risco de engravidar é de 0,1 %.
Acontece que quase ninguém tem a disciplina de tomar todos os dias no mesmo horário, e essa irregularidade de horários reduz MUITO a eficácia da pílula. Tanto que o que seria 99,9% eficaz passa a ser 92%, em média.
A dica é: deixa na mesinha do lado da cama e tome logo ao acordar. Para não esquecer, programe o celular para avisar todos os dias!
5- Posso usar qualquer tipo de pílula?
Não! Cada organismo é único e possui necessidades próprias, por isso a pílula tem que ser receitada por um ginecologista após exames que verifiquem as necessidades do seu organismo. Portanto, nada de tomar a pílula da vizinha/prima/amiga, pois o que faz bem pra uma, pode ser extremamente prejudicial para outra.
Cada pílula pode gerar um efeito diferente, pois cada uma tem uma formulação diferente. Lactantes, por exemplo, não podem tomar qualquer pílula para não interferir na amamentação. Da mesma forma, algumas mulheres que possuem contra indicações ao uso do estrogênio não podem tomar as pílulas combinadas, devendo optar pelas minipílulas.
Amanhã tem mais viu? E caso vocês tenham alguma dúvida sobre esse assunto, enviem as perguntas por e-mail que colocarei as respostas no post, certo?
Beijos
Ju
@JuLopesL / julianalopes@patricinhaesperta.com.br