Em todos os lugares, sejam revistas, jornais, sites e blogs, só se vê falar de uma das maiores epidemias da história: a da obesidade! O problema é que essa é uma epidemia crescente, aliás, é a maior de todas as epidemias de crescimento estável do mundo.
Isso gera problemas dos mais variados tipos, desde problemas estruturais e sociais, já que existe um preconceito enorme, que acaba prejudicando o convívio social dos obesos, bem como sua vida profissional e íntima, e isso sem falar de problemas mais “práticos”, como a dificuldade de transporte público, de cadeiras de tamanho adequado, de banheiros adaptados, de academias sem aparelhos que aguentem pessoas com mais de 130 kg e muitas outras coisas do tipo.
Tratar a obesidade é essencial, é questão de saúde pública, mas para prevenir que essa epidemia evolua ainda mais, é essencial começar a olhar com mais cuidado para as pessoas com sobrepeso, que tendem a, com o passar dos anos, ficar obesa.
Sobrepeso x Obesidade
A obesidade é diferente de sobrepeso e isso precisa ser alertado. Pelo índice de massa corpórea, que envolve o peso dividido pela altura ao quadrado, dá pra diferenciar claramente obesidade do sobrepeso, vez que o IMC de 25 até o de 29,9 é considerado de uma pessoa com sobrepeso. Um IMC a partir de 30 já é considerado obesidade, que é dividida em graus.
Quem tem IMC a partir de 25 está mais propenso a ter inúmeros tipos de doenças, e quando o IMC é superior a 30 há chances muito maiores de doenças como a diabetes, pré-diabetes, hipertensão e apneia do sono.
O problema aqui é que peso é uma coisa muito relativa, o que relativiza muita coisa relacionada ao excesso de peso e a obesidade, já que, por exemplo, um halterofilista pode pesar tanto ou mais que um obeso e ter sua mesma altura, mas ele não é obeso.
Como avaliar isso, então? A circunferência abdominal pode ajudar a resolver o dilema, pois uma pessoa “normal” deve ter medida de 82 cm, no caso de mulheres, e 95 cm, no caso de homens. Só que isso ainda é bem relativo, pois as pessoas possuem genéticas diferentes, e alguns povos têm maior tendência em acumular gordura na região do abdômen, enquanto outros escondem a gordura visceral em locais como vasos sanguíneos, aorta e carótidas, por exemplo.
Diante de tantos impasses, o que vai determinar mesmo a presença de sobrepeso e/ou obesidade é uma avaliação clínica e laboratorial completa.
Do Sobrepeso à Obesidade
Quem tem problemas relacionados ao peso precisa ficar muito atento, pois isso é um problema realmente sério, que tende a crescer com o passar dos anos.
E quando o peso aumenta, a obesidade chega e isso atrapalha a vida da pessoa em tudo, chegando ao ponto de reduzi-la em até 10 anos, como nos casos de obesidade mórbida. Mas não é só a obesidade mórbida que causa problemas não, pois mesmo o sobrepeso reduz a expectativa de vida, mas em cerca de 1 ano, enquanto que uma pessoa com obesidade moderada tende a ter de dois a quatro anos a menos de expectativa de vida.
O Que Fazer Diante do Excesso de Peso e da Obesidade?
Eu acredito muito que vários casos de excesso de peso estão relacionados a problemas emocionais, e falo isso por mim mesma. Eu já observei que, sempre que sou impedida, às vezes por mim mesma, de me manifestar sobre uma situação, acabo comendo mais. Ou seja, além de engolir sapo, engulo gordices!
Por isso acho bem importante analisar um pouquinho quando foi que a pessoa começou a engordar, o que aconteceu naquela época, quais fatos foram mais marcantes, e tratar isso.
Contudo, em muitos casos, o excesso de peso pode – e quase sempre está – estar relacionado com doenças de vários tipos e isso precisa ser analisado a fundo.
Várias doenças interferem no aumento de peso, e um exemplo claro são os problemas e doenças relacionados ao sono. Assim, quem tem apneia de sono acaba tendo alterações significativas no armazenamento de calorias e no ciclo do cortisol, por exemplo. Outro problema relacionado ao sono é a deficiência de melatonina, que pode levar facilmente ao aumento de peso. É fato que quem não dorme bem como muito mais, e vários estudos comprovam isso. Acontece que muita gente não dorme bem porque o organismo não está produzindo melatonina, o hormônio do sono, em quantidade suficiente. O correto aqui seria repor a melatonina para que o organismo voltasse a funcionar direito, só que a melatonina não pode ser comercializada no Brasil, e isso complica tudo.
Muita gente engorda também por problemas hormonais, e aqui vai mais um alerta: muitos outros hormônios, além dos hormônios da tireoide, podem causar o aumento de peso. Deficiência ou excesso de cortisol e de GH, por exemplo, podem interferir diretamente no peso, só que muitos médicos não pedem exames mais detalhados pra ver a quantas andam os hormônios do paciente, e é aí que mora o problema!
Doenças ou problemas que impeçam a pessoa de se movimentar ou que limitem os movimentos, como lesões nos joelhos, por exemplo, que acabam levando ao aumento de peso, porque a pessoa não se movimenta, então há uma redução no gasto calórico.
Alguns medicamentos, como o lítio, pode levar ao aumento de peso. Medicamentos com corticoides também têm esse efeito, assim como alguns tipos de antidepressivos e o propranolol. Caso faça uso desse tipo de medicamento, veja com seu médico a possibilidade de substituí-lo.
Quem tem tendência a ansiedade também está mais propenso a ganhar mais peso, e é por isso que quando as pessoas param de fumar, engordam, sobretudo no primeiro ano após a eliminação do fumo.
Falando em ansiedade, as meninas que têm transtornos depressivos, em muitos casos, acabam tendo um aumento considerável de peso. Muita gente relaciona a depressão com a perda brusca de peso, mas isso não é regra, e um grande contingente dos depressivos tendem a ganhar peso com o problema, até porque alguns remédios para tratar a doença possuem esse efeito colateral.
Beijos