Desde pequenas ( falo no feminino porque isso é muito mais forte entre as mulheres) nós somos educadas para sermos “as princesinhas”: super educadas, boazinhas, passivas, silenciosas e pacientes. Ou, para ser mais clara, um ser reprimido e passivo que sempre diz sim.
É na infância que se constrói esse hábito de nunca dizer não, mesmo quando queremos ou quando precisamos. E porque fazemos isso? Por medo de perder o amor do outro, por medo de magoar e, também, porque é mais cômodo permanecer na zona de conforto.
Essa incapacidade de dizer não faz com que a gente passe a vida inteira engolindo sapos e concordando com o que, obviamente, a gente discorda. Muitas vezes, em muitos momentos da vida, é preciso tolerar algumas situações, mas isso não pode, por incapacidade ou conveniência, se transformar em um hábito.
Dizer sim o tempo inteiro, ignorando as próprias opiniões, vontades e desejos simplesmente para não entrar em conflitos, é uma mutilação do próprio ser, porque a frustração que fica depois, pela impossibilidade de dizer o que se quer, gera uma mistura de raiva e culpa avassaladora.
E não se enganem, isso acaba provocando falta de autoconfiança e de autoestima. Ademais, essa necessidade de agradar a qualquer custo nos diminui, porque a verdade é que ninguém vai respeitar uma pessoa que não se respeita.
Não é fácil aprender a dizer não, e quase sempre você vai ser “a antipática”, “a temperamental”, “a difícil”, mas sempre vale a pena, porque não há maior violência contra nós mesmas do que deixar de ser quem somos.
Violência sim, pois toda essa sensação de impotência, de frustração e de raiva que fica depois tem que ir pra algum lugar, e é daí que, PRA MIM, surgem várias doenças. O psiquiatra Ricardo Almeida Prado sustenta essa teoria ao afirmar que ” todo fenômeno que se passa com o ser humano é psicossomático, porque a psique está todo o tempo presente.”
Cada pessoa reage de uma forma, mas é comum, por exemplo, que depois da raiva venha uma crise de gastrite, ou uma alergia, ou, o mais comum, problemas na garganta. Já repararam isso?
Eu tinha muito disso e, numa ânsia absurda de agradar, acabava com crises gigantescas de garganta, até o dia que entendi que NADA deve ser reprimido, pois tudo que é reprimido cresce, aumenta… Então, o conselho que eu dou é: seja firme, se posicione e não permita que façam de você “gato e sapato”.
Apesar de não ser a favor de nenhum tipo de agressividade, eu acho que raiva nunca deve ser guardada e é libertador, ao menos uma vez na vida, gritar, berrar e colocar tudo pra fora! Sabe o que é engraçado? Depois de um “piti” desses as pessoas começam a perceber que você mudou e que brincadeiras sem graça, piadinhas ou coisas desagradáveis não devem ser dirigidas a você.
Mas o certo mesmo é se posicionar, seja qual for a situação, e deixar claro que você é uma pessoa com opiniões próprias, opiniões que precisam e devem ser consideradas.
Portanto, PARE DE ENGOLIR SAPOS JÁ!
Beijos
Ju
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