Meninas,
Já escrevi aqui no blog sobre dependência amorosa e relacionamentos complicados, assim como a Ju, mas com o relato da Ana, vim falar um pouquinho mais sobre esse amar demais que tanto mal faz às pessoas.
Primeiro, quero fazer uma pergunta:
O QUE É O AMOR?
Sabemos que esse é um sentimento subjetivo e que, por isso, tem significados diferentes para cada um. Mas podemos encontrar definições em comum, como por exemplo, que o amor é compreensivo, não maltrata, não humilha, não traz sofrimento. O amor constrói, conforta, apoia, faz sorrir e brotar o melhor de nós.
Então, como existem tantas pessoas que estão em relações destrutivas acreditando que estão amando?! Não dá para questionarmos se o sentimento é verdadeiro, justamente pelo fato dele ser subjetivo, mas podemos tentar entender o que está por trás dessas relações, o que motiva ambas as partes a investir em algo que não está sendo benéfico.
Hoje, as pessoas não se importam muito com o ‘si mesmo’, com o ‘ser’, e preferem viver em uma eterna busca pelo ‘ter’, tentando preencher seus vazios, sentindo profundo medo pelo ‘estar consigo mesmo’, fugindo da solidão e aceitando qualquer migalha que alguém oferecer. Assim, as ilusões e as expectativas que criamos a respeito daquilo que queremos influenciam na forma como percebemos as coisas, os sentimentos e as situações.
Então, crescemos com a ilusão de que existe príncipe encantado, que devemos encontrar a pessoa perfeita para vivermos o resto de nossas vidas, que quando amamos devemos suportar tudo, ou seja, vivemos a ilusão de encontrar um amor perfeito, quando na verdade sequer encontramos o amor-próprio. Como poderemos saber o que é amor, se não houver amor por si mesma?
As pessoas que amam demais não possuem amor-próprio e estão com a autoestima baixa, por conta de um histórico emocional conturbado, são carentes e estão constantemente precisando se sentir úteis. O pensamento delas é mais focado no outro do que em si mesma, assim, a pessoa ama outra que não a trata nada bem, mas, por acreditar que esta precisa da sua ajuda, acaba cedendo às chantagens emocionais e aceitando situações que a colocam ainda mais para baixo.
Quem ama demais acha que não haverá nunca outra pessoa, então o medo da solidão bate e a carência grita mais alto que a razão. É muito difícil uma pessoa dependente emocionalmente conseguir sair desses relacionamentos ruins, mas não é impossível, na verdade, é a melhor coisa que ela estará fazendo por si mesma.
O ponto chave para que haja um desligamento emocional da pessoa tóxica é a tomada de consciência. Compreender, aceitar, reconhecer e querer mudar são atitudes essenciais rumo a uma vida com relacionamentos saudáveis e construtivos.
A terapia psicológica serve, nesse caso, como ponto de apoio, de suporte, para que seja resgatada a autoestima, o amor próprio e que a pessoa consiga compreender seus próprios traumas, elaborar tudo que tem acontecido e tomar o rumo da própria vida. E para que dê resultados, é preciso que a pessoa se engaje de verdade, que ela tenha coragem para mexer nas feridas e compreenda que, por mais que seja doloroso, o resultado final é uma vida de qualidade, cheia de felicidade e com muito amor saudável para dar.
É importante dizer, também, que amar demais é considerado doença, por envolver tantos aspectos, é algo tão complexo que deve ser investigado a fundo e cada caso é único. E é, na verdade, um tipo de vício, tanto quanto o vício em álcool, drogas, comida, sexo, etc, e deve ser tratado com seriedade, pois afeta toda a vida da pessoa e pode ter sérias conseqüências.
Se você acredita amar demais e deseja superar isso, busque ajuda de um profissional! Ninguém vale seu amor desperdiçado, sua vida desfeita nem seus sentimentos desprezados. Se valorize, acredite em você e na sua capacidade de ser feliz sozinha ou com outra pessoa. A vida está ai para que você seja feliz!!
PARA LER MAIS:
Características de uma mulher que ama demais
Quer ser amada? Então ame a si mesma!
Dependência Afetiva (ou amorosa) parte I
LIVRO: Mulheres que amam demais
Beijão,
Amanda Carvalho (amandacarvalho@patricinhaesperta.com.br)