Exceto as mulheres excessivamente magras, que lutam para ganhar peso, todas as outras que conheço querem sempre emagrecer, inclusive eu.
Nada mais comum, afinal, tudo de ruim que acontece em nossas vidas é culpa dos tais quilinhos a mais. A promoção que não veio, o romance que acabou, a autoestima no pé, tudo, tudo é culpa da silhueta rechonchuda. E de quem mais seria?
Assim, imaginamos que a vida seria perfeita e a felicidade completa se fossemos mais magras e, consequentemente, mais amadas, mais admiradas, mais desejadas e até mais competentes. É, as amigas (e inimigas) nos invejariam (e tem melhor? É o que muitas pensam…), o namorado/marido/amante/amigo colorido/afins se apaixonaria, o chefe nos respeitaria mais, todas as roupas caberiam, seríamos lindas e desejadas, tudo o que, supostamente, toda mulher quer, e isso, é claro, faria de cada uma de nós a mulher mais feliz do mundo.
Será mesmo? Será que alguns (ou muitos) quilos a mais têm todo esse poder? Não, eu não estou dizendo que você deve ser a mais gorda das criaturas, eu só estou dizendo que antes de descontar todas as tuas frustrações no suposto excesso de peso, de culpá-lo por tudo e depositar todas as suas expectativas na tal da magreza, é preciso ponderar.
Sim, devemos estar na nossa melhor forma, devemos fazer o melhor possível por nós mesmas, porque, afinal, somos as pessoas mais importantes de nossas vidas. Mas, antes disso, precisamos descobrir as mulheres incríveis que nós JÁ somos e isso independe de peso.
E não, isso não é fácil! Exige um trabalho enorme de autoconhecimento, o que nunca é simples, mas faz uma diferença enorme nas nossas vidas. É a partir desse processo de autoconhecimento que aprendemos a mudar a nossa forma de pensar e de nos relacionar com nós mesmas e com o mundo, parando de nos julgar, de nos culpar e começando a, verdadeiramente, viver.
E para viver, e viver bem e viver feliz, não importa quantos quilos você tenha. O que importa é como você se sente com a pessoa que você é.
Que tal começar, então, a observar porque você anda comendo demais. São as frustrações? São as tristezas? São as perdas? São coisas de agora ou de lá de trás, de um passado que você gostaria de esquecer?
Qual é o problema? A dor, a situação ou o fato que você está, metaforicamente, “comendo”? É para esquecer o quê? É para se anestesiar de quê?
Você acha mesmo que isso adianta? Eu acho que não… E descobri isso tarde, depois de ter feito TODAS as dietas e todas as loucuras possíveis para emagrecer. E foi depois de tudo isso, e muito mais, que um dia, com calma, conto para vocês, que entendi que “dieta” não é a melhor forma de emagrecer, porque dieta trata o sintoma, que é o excesso de peso, e tratar os sintomas é perder tempo, porque eles vem e vão.
Quem quer emagrecer de verdade tem que tratar as causas, que quase sempre são internas.
Beijos
Ju Lopes