Açúcar Vicia, Sabia?
Tempos atrás li uma matéria sobre o “poder de vício” do açúcar branco e confesso que fiquei assustada, porque consumimos açúcar refinado o dia todo, todo dia, e isso durante toda a vida.
Esse fim de semana, assistindo a um documentário sobre alimentação “viciante”, que é essa que temos hoje, que é pobre em nutrientes, que não alimenta o organismo, que não sacia, mas que “alimenta os olhos e o olfato” e que vicia, a discussão sobre o poder viciante do açúcar refinado voltou e eu decidi que, se consegui eliminar todo tipo de carne do meu cardápio, o que parecia impossível pra uma pessoa apaixonada por churrasco, que comia mais carne do que qualquer outra coisa, conseguiria reduzir ao mínimo possível o açúcar branco (refinado) da minha vida.
Mas por que uma atitude tão, digamos, radical? Porque existem centenas de estudos que provam esse poder viciante do açúcar, e, mais que isso, provam a relação do açúcar ao aumento de determinados hormônios e de alguns neurotransmissores que aumentam a fome. Ou seja, o que o açúcar refinado faz é nos jogar em um ciclo vicioso, porque assim que consumimos temos uma sensação de bem estar incrível, só que de curta duração, e como queremos mais dessa sensação, claro, comemos mais açúcar, cada vez mais e em doses que aumentam o tempo todo. É dizer, não nos livramos nunca!
Quando ingerimos bolos, tortas, doces e fast food, todos ricos em açúcar temos um pico de insulina e uma rápida sensação de satisfação que se desfaz também muito rapidamente, já que, assim como sobe rapidamente, a insulina também “cai” rapidamente, e quanto mais ela cai, mais o organismo “pede” por mais, então a coisa é vai muito além do psicológico, é orgânico mesmo, e se o corpo pede, ninguém resiste, e isso acaba acarretando excesso de peso e diabetes, por exemplo.
A Organização Mundial de Saúde recomenda que o consumo de açúcar seja de, no máximo, 10% do total de calorias ingeridas no dia, o que quer dizer que se você consome 2.500 calorias em um dia, 250 calorias pode ser de açúcar, só que a gente consome MUITO mais do que isso, porque 250 calorias são 3 colheres de açúcar, e como o açúcar tá em quase tudo, ultrapassamos essa média o tempo todo.
O ideal seria cortar o açúcar refinado ou, ao menos, trocá-lo por opções mais saudáveis, como o açúcar mascavo, que não passa por esse processo de refinamento e consegue manter alguns nutrientes, como o selênio, o zinco e algumas vitaminas. Mas, vale lembrar, que mesmo sendo um açúcar mais saudável, continua sendo açúcar, continua tendo calorias e continua engordando.
Vejam abaixo alguns possíveis substitutos para o açúcar branco, que, no meu caso, vão ajudar no período de “transição”, até que eu reacostume o meu paladar.
Açúcar Mascavo
As principais diferenças entre os tipos de açúcar são podem ser notadas na cor, no gosto e também na composição nutricional. A regra é clara: quanto mais escuro for o açúcar, mais rico nutricionalmente ele é, pois contém mais vitaminas e mais sais minerais. Quanto mais claro flor, mais pobre é, e não é só pobre, é também rico em aditivos químicos que podem causar muito mal à saúde.
Dentre os açúcares escuros, o mais próximo do estado bruto é o mascavo, que é obtido logo das primeiras extrações da cana e, por isso, possui mais minerais, incluindo aqui o magnésio, o fósforo, o potássio e o cálcio, e menos calorias.
As calorias são um pouco reduzidas, mas ele contém calorias e pode engordar assim como o açúcar branco, então seu uso deve ser controlado. Além disso, vale lembrar que diabéticos não podem consumir esse tipo de açúcar.
É possível encontrar o açúcar mascavo em super mercados e lojas de produtos naturais, e é sempre melhor comprar nesses locais, já que dessa forma eles vêm embalados, enquanto que em outros lugares ele é vendido a granel, ficando exposto a vários possíveis tipos de contaminação.
Açúcar Demerara
Engraçado que até ontem eu jurava de pé junto que o açúcar demerara era mais “bruto” que o açúcar mascavo, mas estava enganada, pois o demerara é levemente refinado.
Também chamado de cristal dourado, a vantagem desse açúcar em relação ao branco está no fato de que ele não recebe os aditivos químicos que causam tanto mau. No mais, ele vem em cristais maiores, em grãos maiores, e , por isso, é mais difícil de diluir, mas possui um valor nutricional bem semelhante ao açúcar mascavo.
Açúcar Orgânico
O açúcar orgânico é uma opção que vem sendo muito divulgada ultimamente, já que ele é um tipo de açúcar cultivado e processado sem aditivos químicos, o que garante que ele seja mais saudável, que não contenha substâncias nocivas e seja mais nutritivo. Contudo, é preciso moderar o consumo pois, assim como o açúcar branco, ele também leva ao aumento da taxa glicêmica no sangue.
Mel
Uma opção viável em muitos casos é consumir mel no lugar do açúcar! O meu contém glicose, frutose, carboidratos, é fonte de minerais e de vitaminas e faz um bem danado pro organismo, se consumido moderadamente, claro. É que ele possui ação bactericida e antifúngica, e, por isso, protege o organismo.
Entretanto, é bastante calórico, e, por isso, não deve ser consumido em excesso. Outra ressalva é que ele não deve ser aquecido pra não perder nutrientes.
Stévia
Existem uma polêmica muito grande em relação aos adoçantes, e eu não quero ter que lançar mão deles, já que são altamente prejudiciais. Contudo, os adoçantes à base de stévia, que é uma folha, não entram nessa lista.
Pelo que já li sobre a stévia, trata-se de uma opção saudável, de origem natural e que não causa alterações na glicemia, o que é de extrema importância.
Além disso, ele tem um alto poder de adoçar, já que adoça trezentas vezes mais que o açúcar, mas tem a vantagem de não conter calorias. O gosto não é lá o mesmo, mas se não faz mal, é uma boa opção, não é mesmo?
Beijos