Não sou muito favorável a cirurgias invasivas e, na maioria das vezes, sem necessidade, mas é fato que a blefaroplastia não entra nessa lista, porque não se pode dizer que a remoção da pele em excesso nas pálpebras, bem como seu “levantamento” são “sem necessidade”. Fora isso, ao contrário do que muita gente pensa, não é uma coisa tão invasiva, é até simples, aliás.
Essa é uma cirurgia bem procurada porque está bastante relacionada com a juventude, vez que as bolsas embaixo dos olhos, as pálpebras caídas e a pele em excesso na região remetem ao que a gente menos quer: ao envelhecimento!
A cirurgia é bem simples, já que remove-se a pele e as bolsas palpebrais, que é o tecido adiposo localizado na região, sendo que, em muitos casos, a gordura sequer precisa ser removida, mas apenas reposicionada. E o melhor é que os pés de galinha também podem ser corrigidos nessa cirurgia. Tudo aqui depende do quadro geral da região, pois se não existir um excesso de pele, remove-se apenas as bolsas de gordura por dentro da pálpebra, no chamado método transconjuntival, sem a necessidade de incisão externa.
Pode-se lançar mão, também, do laser ablativo tipo CO2, que serve tanto para remover as bolsas de gordura e realizar as incisões durante a cirurgia, mas também como procedimento estético que trata a pele e melhora o aspecto geral das rugas mais finas. Esse método tende a ser mais preciso, já que causa menos danos a pele, o que significa uma cicatriz esteticamente melhor, mais discreta, e, além disso, ele pode ser usado no rejuvenescimento, o que, claro, é um benefício a mais.
Independente do método, é fato que quem se submete a cirurgia fica bem satisfeito, já que ela descansa o olhar, alivia as pálpebras e rejuvenesce bastante, sendo esse, claro, o maior benefício, porque, podem reparar, o rosto pode até estar com a pele tratada, bem cuidada, sem manchas e outros problemas, mas se as pálpebras estiverem caídas ou se existirem bolsas ao redor dos olhos, a aparência fica cansada e envelhecida, não tem jeito! Se livrar disso, nesses casos, é um verdadeiro banho de autoestima!
E A Anestesia?
Quando fala em cirurgia, a primeira coisa que me vem na cabeça é a anestesia. Ô medo! Rs Mas nessa cirurgia a anestesia é “das leves”, ou seja, é local com sedação caso a blefaroplastia seja o único procedimento realizado. Quando existem outras cirurgias combinadas, é o médico quem vai determinar o tipo de anestesia, de acordo, claro, com as necessidades do procedimento. Em alguns casos pode ser necessária a anestesia geral, quando, por exemplo, associada a blefaroplastia, existir o lifting facial, mas isso depende do médico, pois alguns médicos, mesmo no caso de lifting facial, optam pela anestesia local com sedação.
O paciente raramente dorme no hospital e, via de regra, é liberado no mesmo dia, já que a internação é feita, preferencialmente, pela manhã, então no final da tarde , quando passar o efeito da sedação, que dura em média seis horas, o paciente é liberado.
E o Pós-Operatório?
Nos dias que se seguem a cirurgia, é recomendado o uso de anestésicos para resolver o problema da dor, que não é muito comum, mas pode ocorrer. No geral o que se sente é um certo desconforto, mas não dor, e a recuperação tende a ser bem rápida.
Contudo, é comum o surgimento de manchas roxas no local, que somem após 72 horas, em média, sendo que elas vão melhorando progressivamente. Aqui, é recomendado ficar longe da exposição solar direta, evitar locais quentes e abafados, evitar cozinhar (por causa do “calor”), evitar banhos quentes, entre outras coisas. Compressas de chá de camomila ajudam, bem como dormir com a cabeceira da cama elevada.
A regra geral é que os sintomas reduzam progressivamente, sendo que quinze dias após a cirurgia não se note mais nenhum sintoma. Entre o quarto e o sétimo dia são retirados os pontos e após uma semana, no máximo dez dias após a cirurgia, a pessoa pode voltar ao trabalho.
É muito importante evitar a exposição solar, sobretudo nos primeiros dias, quando as manchas roxas estão na pele, pois, caso contrário, a pele pode ficar marcada. A restrição ao sol é, na verdade, mais longa, podendo se estender por até quatro meses, já que nessa fase as cicatrizes estão avermelhadas, o que significa proibição de se expor ao sol, pra não “piorar” a cicatriz. Aqui é preciso caprichar no protetor solar e não abrir mão dos óculos de sol.
Em alguns casos é recomendada a drenagem linfática local, mas isso depende do quadro geral do paciente e também de indicação médica.
E a Cicatriz?
A cicatriz, temor da maioria, tende a ficar imperceptível. É que na pálpebra superior ela fica localizada no sulco dos olhos, e na pálpebra inferior fica rente aos cílios, o que torna o sinal pouco aparente.
Antes da remoção dos pontos não é indicado o uso de maquiagem já que formam-se casquinhas na cicatriz, mas após a remoção dos pontos o uso de maquiagem é liberado. Há médicos que liberam o uso em até 48 hs, mas a grande maioria recomenda esperar um pouco mais, sobretudo para usar sombras e lápis preto.
E os Riscos?
Agora que já falamos da parte boa, vamos para os riscos, que são muito importantes de serem avaliados. É bel legal se informar sobre tudo o que pode acontecer durante e depois da cirurgia pra não ser pego de surpresa, sabe?
E como essa cirurgia é em uma região delicada, os cuidados são redobrados, já que, se feita por um profissional não habilitado ou incapacitado, a pessoa pode até ficar cega. Podem ocorrer, também lesões na córnea, mas todos esses danos podem ser prevenidos, e isso se faz escolhendo um médico capacitado, com boas referências.
Em alguns casos, quando remove-se pele em excesso, o globo ocular pode ficar saltado, o que significa, mais uma vez, que devemos ter cuidado na escolha do profissional que vai fazer a cirurgia.
Beijos
Ju Lopes