É neste domingo que a luta contra obesidade ganha mais força na mídia para reforçar o alerta ao risco de graves doenças e até mesmo o risco de morte causada pelas consequências de uma elevação de peso acima do padrão considerado saudável para se viver bem com o corpo, com a mente e com a sociedade.
Por mais que esse tema seja abordado, não há ainda como ficar ultrapassado, pois os hábitos alimentares da sociedade, de uma forma geral, levam a um quadro clínico de elevação de peso que atinge grande parte da população. Para que o assunto possa um dia chegar a ser obsoleto é preciso antes educar nossas crianças, jovens, adultos e idosos a alimentar-se com qualidade para evitar esses altos índices de obesidade em um futuro a médio e a longo prazo. Esse é o plano de ação: Prevenir para não remediar! Educar para não engordar!
A população brasileira está acima do peso.
Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde ouviu 40.853 brasileiros e constatou que mais da metade da população têm excesso de peso. A média é 52,5% de pessoas acima do peso e 17,9% de obesos. E você, se tivesse sido entrevistada para essa pesquisa, sabe dizer em qual grupo estaria incluída?
Para saber se já faz parte do grupo de obesidade, você pode fazer o cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC). Confira:
A fórmula é: IMC = (seu peso) / (sua altura)². De acordo com o resultado, verifique:
- Abaixo de 18,5 – Abaixo do peso;
- Entre 18,5 e 24,9 – Peso normal;
- Entre 25,0 e 29,9 – Acima do peso (sobrepeso);
- Entre 30,0 e 34,9 – Obesidade de grau I
- Entre 35,0 e 39,9 – Obesidade de grau II
- Acima de 40,0 – Obesidade de grau III.
Outra maneira de saber se está gorda ou não é a medição do porcentual de gordura corporal, que é feita por meio de um aparelho medidor de dobras cutâneas, muito utilizado em boas academias de ginástica e por profissionais da área.
Não existem gordinhas saudáveis!
Não é questão de preconceito, muito menos de bullying! A afirmação que não existem mais pessoas gordas saudáveis é do Médico Cirurgião Bariátrico, Dr. Walter França, que trabalha no Hospital Oswaldo Cruz, em Pernambuco – uma referência na área de saúde em cirurgias bariátricas.
De acordo com Dr.Walter França, se o paciente está obeso, então corre riscos de doenças que podem levar, inclusive, a fatalidade. Portanto, essa estória de gordinhos saudáveis é pura balela, contra obesidade!
Principalmente, se a circunferência abdominal está elevada, o que aumenta o risco de morte por problemas cardiovasculares, por conter muitos vasos sanguíneos nesse tipo de gordura que é chamada de marrom, diferente da gordura amarelada existente sob a pele. Portanto, gordura não pode ser saudável, é doença e precisa de atenção e tratamento!
Contra obesidade – Cirurgia bariátrica – um risco que vale a pena.
Para quem está no grupo caracterizado como ‘obesidade de grau II ou III’, uma opção eficaz contra obesidade é a cirurgia bariátrica, ou redução do estômago.
Existem três tipos básicos contra obesidade, de cirurgia bariátrica:
- Restritiva – São as que apenas diminuem o tamanho do estômago. A redução do peso, portanto, se dá pela redução de ingestão de alimentos;
- Mista – Além da redução do estômago, há também um desvio do trânsito intestinal. E a redução do peso se dá não apenas pela redução da ingestão de alimentos como também pela diminuição da absorção desses alimentos ingeridos;
- Puramente disabsortivas – estas não são mais utilizadas atualmente, por apresentarem efeitos sujeitos a complicações nutricionais e de metabolismo, além de causar aumento do número de evacuações diárias, com fezes e flatos muito fétidos.
Os benefícios da cirurgia bariátrica vão além da estética, pois há possibilidade de melhoria e até mesmo cura de diabetes, controle de pressão arterial, lipídeos sanguíneos, níveis de ácido úrico e ainda alívio de dores articulares.
Existe todo um processo de avaliação e acompanhamento médico desde o pré até o pós cirúrgico; Psicólogo, Nutricionista, Clínico, Endocrinologista, Cardiologista, Cirurgião, enfim, todos empenhados em realizar com sucesso o procedimento que é bastante complexo e pode apresentar risco de complicações. Mas o resultado contra obesidade – quando as orientações médicas são respeitadas – é sempre válido!
Contra obesidade – Bariátrica por necessidade ou desejo?
Para quem é obeso sabe o que é sofrer limitações como não conseguir cruzar as pernas, não encontrar toalhas que consigam enrolar todo o corpo, bater muita perna até encontrar uma loja com roupas adequadas, ouvir piadas de mau gosto, perceber o desinteresse físico por parte do marido e associar o fato ao excesso de peso, olhar-se no espelho e não se achar bonita… Todos esses sintomas são de ordem emocional e, muitas vezes, são mais traumáticos que as próprias doenças físicas também ocasionadas pela gordura excessiva.
Por isso muitas mulheres que são contra obesidade optam por encarar uma cirurgia bariátrica; para mudar de vida! Seja por necessidade de saúde ou pelo desejo de sentir-se bem com o próprio corpo, mente e com todos a sua volta. Essa possibilidade de mudança de vida está disponível tanto pelo Sistema Único de Saúde (SUS), quanto por planos de saúde particulares que, desde que comprovada real necessidade de saúde, são obrigados a cobrir os custos com a cirurgia. Portanto, se esse é o seu caso, busque informações ou nos hospitais públicos especializados de sua região ou no seu convênio médico.
Educar para prevenir; não engordar para não precisar remediar!
Educar os hábitos alimentares e movimentar o corpo é o caminho mais fácil e sem traumas para uma vida saudável. As exgordinhas que já se submeteram a cirurgia bariátrica e hoje se alimentam com qualidade e se exercitam aprendem bem essa lição! Até porque sabem que não adianta emagrecer e continuar com a mente gorda, comendo tudo que vê pela frente, senão podem voltar ao estado inicial, antes da intervenção cirúrgica. E ninguém quer isso, não é mesmo?
Quem irá agradecer os bons hábitos e exemplos contra obesidade (principalmente os exemplos!) são os filhos dessa geração que começa a se conscientizar e aderir um estilo de vida mais saudável. Tudo é uma questão de cultura. E cultura se constrói, dia a dia, geração a geração. Portanto, vamos começar a tratar já o sedentarismo, a hipertensão, a diabetes, a baixo autoestima, o excesso de peso dessa e das próximas gerações! Construindo agora um novo cenário para nossa sociedade, com mais qualidade de vida, com mais tempo para viver…