Talvez o maior risco da dieta da idade da pedra seja a liberação irrestrita do consumo de carne vermelha.
Como se sabe, há 15 mil anos atrás a carne animal era a base da alimentação, que se baseava, predominantemente, na caça. O que defendem os “idealizadores” e seguidores dessa dieta é que a base da nossa alimentação também deve ser a carne vermelha!
A opinião majoritária é de que o consumo de carne é essencial, vez que ela é fonte proteica da maior importância, pois faz parte da composição muscular e é inegavelmente necessária para vários processos no organismo. Como as carnes são as maiores fontes dos chamados “aminoácidos essenciais”, que não são produzidos pelo organismo, o seu consumo regular seria obrigatório
Até aí, a justificativa é plausível. Contudo, sabe-se que o consumo de proteínas em excesso é maléfico e que carne vermelha em excesso não é lá uma boa ideia, já que causa a sobrecarga dos rins e a acidificação do sangue, dentre outras coisas. O consumo de proteínas deve ser limitado à 30% do consumo calórico diário, e não se pode passar disso.
No mais, existem “carnes e carnes” e é preciso escolher com parcimônia para evitar as carnes ricas em gorduras saturadas, que fazem muito mal para a nossa saúde.
Além do alto consumo de carnes, um outro problema nessa dieta é a ingestão de gorduras, já que, por óbvio, naquela época não existia sequer a distinção entre gorduras boas e ruins. O consumo diário de gorduras é recomendado, mas dentro de limites aceitáveis e, sobretudo, escolhendo-se as gorduras “do bem”. O consumo de gorduras insaturadas, que reduzem o colesterol ruim e aumente ao bom colesterol, é indicado, assim como as gorduras monoinsaturadas, encontradas, por exemplo, nos peixes de no azeite de oliva.
Já o consumo de gorduras saturadas, presente nas carnes, não é uma boa ideia pois elas estão relacionadas a problemas cardiovasculares e ao aumento do colesterol.
Como a ideia é consumir carnes e não prestar atenção nas gorduras, o melhor é optar pelos peixes, sobretudo de águas profundas, que são ricos em ômega 3. Assim, dá-lhe atum, salmão e sardinha!
Além da carne e da gordura, que são liberadas, um tema polêmico da dieta da idade da pedra é o tal do jejum pregado por Mark Sisson.
É lógico que, naquela época, não havia caça a disposição todos os dias, o dia todo, o que, consequentemente, levada a uma espécie de jejum que, conforme indica a dieta, é de até 24 horas. Esse é um ponto bastante controverso da dieta, já que o ideal é que os índices glicêmicos sejam mantidos estáveis para que o corpo funcione bem, e o jejum prolongado causa hipoglicemia, fraqueza, cansaço, dificuldade de concentração, irritabilidade, dentre outras coisas.
Como a tendência do nosso organismo é, na falta de alimentos, “gastar” os músculos para ter energia e se manter, esse jejum prolongado tende a causar mais problemas, e problemas sérios.
O que vocês acham dessa dieta? Alguém aqui já se arriscou a fazer?
Beijos
Ju Lopes