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Quando a Beleza Deforma

Eu sou sim, partidária da cirurgia plástica, na hora certa, com o profissional certo e pelos motivos certos. Há quem sustente ser futilidade e, em certo ponto, eu até concordo, mas acredito que ninguém deve conviver com algo que incomode profundamente, que cause constrangimento ou coisas do tipo.

Ou seja, se a orelha é de abano, se o nariz é muito grande, se os seios são enormes e a pessoa quer, e pode, operar, por que não? O problema, para mim, é, primeiro, saber que cirurgia plástica nada tem a ver com autoestima, e, segundo, saber a hora certa de parar.

Vi uma matéria hoje que me fez parar e refletir no que levaria uma menina nova e linda, modelo, a fazer cerca de 350 cirurgias plásticas. Não, você não leu errado e eu não digitei errado.  O que leva uma pessoa a fazer 350 cirurgias plásticas? E que médicos são esses que fazem esse tipo de procedimento? Não é claro, não é obvio que existe aí algo de errado?

Pois bem, Alicia Douvall, a modelo em questão, não consegue mais sorrir, só consegue ingerir líquidos com a ajuda de canudos e teve a sua capacidade de se alimentar comprometida, dentre muitas outras coisas.

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O rosto dessa moça é cheio se cicatrizes e, agora sim, ela está deformada. De acordo com a reportagem, ela foi fotografada com o rosto completamente desfigurado. Além disso, ele teve uma filha há 16 meses atrás e declarou surpresa em conseguir fazer o óbvio, amamentar sua filha, já que ela havia feito nada menos que 16 cirurgias plásticas nos seios.

Para conseguir recuperar os movimentos faciais, ela foi submetida a um procedimento extremamente agressivo e também doloroso para remover os implantes faciais que havia feito, inclusive nas bochechas e no queixo, e chegou ao limite de precisar quebrar a mandíbula e o nariz. O que se espera, com isso, é que ela volte a conseguir movimentar os músculos, já que o resultado de tantos e repetidos procedimentos foi basicamente o mesmo de um derrame, no qual o paciente perde a capacidade de movimentação dos músculos.

A coisa é tão séria que ela foi, inclusive, tema de um documentário sobre a Desordem Dismórfica Corporal que, evidentemente, ela possui.

O que mais me surpreende nisso tudo é, na verdade, o posicionamento dos médicos que aceitavam operar essa mulher que, obviamente, possui um transtorno psicológico e/ou psiquiátrico, tanto que já foi internada algumas vezes em clínicas psiquiátricas para tratar o vício em cirurgias plásticas.

O que ela fez com ela mesma é lamentável, mas é mais lamentável ainda o que os médicos fizeram.

Acho importante divulgar esse tipo de coisa para mostrar a que ponto a obsessão pela beleza, pela magreza e por um padrão absolutamente irreal está levando às pessoas. Que isso sirva de alerta para nós, mulheres, sempre insatisfeitas com nós mesmas, mas também para a comunidade médica, que não pode agir de forma irresponsável, e isso é sim, uma irresponsabilidade, para dizer o mínimo.

Beijos

Ju Lopes

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Written by Nat

Sou jornalista, blogueira, louca por cosméticos e chocolate. Escrevo sobre um pouco de tudo que for relacionado ao universo feminino.

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