Eu, como toda mulher desse planeta, vivo falando de dieta e sempre quero emagrecer (preciso mesmo!). Tento (mas só tentoooo) comer direito, tenho feito atividade física regularmente e todas essas coisas que eu mesmo “recomendo” por aqui para quem deseja mandar para longe uns quilinhos a mais.
Entretanto, mesmo estando acima do peso que julgo ser o ideal, eu NUNCA me diminuí por isso e nunca permiti que ninguém o fizesse, porque não posso admitir que alguém julgue a pessoa que eu sou pelo tamanho do meu manequim. Resolvi falar sobre isso hoje porque vi uma cena dia desses que me deixou meio chocada… Cheguei em uma determinada loja da minha cidade (Jequié – Bahia), e uma moça, que deveria ter uns 15 anos, no máximo, estava com uma senhora (mãe, tia ou algo do tipo) e uma irmã (ou prima…) comprando roupas. Ela era bem gordinha e a senhora, de segundo em segundo, falava para todo mundo ouvir, que ali não tinha nada para ela, que ela estava imensa, que não adiantava comprar roupa, pois ela ficaria feia do mesmo jeito.
Eu fiquei tão, mas tão chocada que não sabia se chorava ou se dava três gritos e três sacudidas na dita senhora (me desculpem, eu sei que não é o certo, mas é o que dá vontade de fazer!), porque aquela situação era tão humilhante e tão vexatória, não só para a menina, mas para a senhora que a acompanhava e para todos que ali estavam, que só dando uma “sacodida” no mundo, só dando uma de louca para fazer aquilo parar.
Mas o que me chocou mais foi o fato de que a menina não reagiu NADA diante daquilo, não esboçou nenhuma reação, o que é um claro indício de falta absoluta de autoestima e de “autoamor”. O que pareceu, para mim, foi que a autoestima daquela criança estava dilacerada, porque ignorar, não se indignar, não esboçar reação é a pior das reações, e ela simplesmente fingiu que não era com ela e continuou olhando as roupas, enquanto a mãe continuava, e continuava, e continuava…
Um dia conto para vocês tudo o que, mesmo sem ter o direito, falei para essa senhora silenciosamente no provador, mas o que quero mostrar é que isso acontece muito, todos os dias, e não só na relação mãe/filha, mas também entre amigos, colegas de trabalho e também relações amorosas.
Isso existe em todos os lugares e, por mais que me choque, não me deixa tão “embasbacada” quanto o “silêncio das vítimas”. A ninguém é dado o direito de desfazer, de humilhar, de “pisotear” em quem quer que seja porque essa pessoa está acima de peso. E NINGUÉM tem o direito de permitir isso… Eu proíbo (toda mandona!) vocês de permitirem uma coisa dessas. Não pode, gente, não pode! Porque o que importa, nesse caso, não é o excesso de peso, é o tal do “autoamor“, aquele que a gente tem que ter independente de qualquer coisa, aquele que ninguém pode tirar da gente.
É preciso se amar, e se amar muito, independente do seu corpo, cabelo, pele… Mas é preciso, além disso, mostrar isso para o mundo e não deixar, em nenhuma hipótese, que esse “autoamor” seja atingido, pisoteado, massacrado.
Pensem nisso!
Beijos
Ju Lopes