A resposta é um gigante NÃO!
Não vale a pena, não é saudável e você não precisa fugir da comida. Ao contrário do que muitos pensam e o que é dito por pessoas leigas que não tem a mínima noção de Nutrição (apenas visam o lucro), o shake NÃO VAI SUBSTITUIR SUA REFEIÇÃO e vou te explicar os motivos.
Primeiramente, shakes são processados. Ou seja, já começou feia a coisa. Não são alimentos, são produtos alimentícios feitos pela indústria e não são naturais.
Esses produtos apresentam uma péssima qualidade e composição nutricional.
Apresentam, em maior quantidade, proteína da soja (baixo valor biológico) e a frutose que está relacionada a problemas hepáticos quando consumida em sua forma industrial e não in natura, como a encontramos nas frutas. Além de vários aditivos como estabilizante celulose micro-cristalina, espessantes goma xantana, carragena e pectina, antiumectante dióxido de silício, emulsificante lecitina de soja, corantes, aromatizantes e edulcorante sucralose, ainda apresentam a adição de maltodextrina e óleo vegetal.
E todas aquelas vitaminas e minerais que dizem suprir todas nossas necessidades? Bom, ali no rótulo apresentam várias, mas será mesmo que elas exercem seu papel em nosso organismo? Para compreender melhor, devemos entender alguns pontos básicos sobre Biodisponibilidade.
Primeiro, devemos compreender de uma vez por todas que NADA suprirá as necessidades de TODO MUNDO. Cada pessoa tem suas necessidades nutricionais, suas individualidades metabólicas, suas reações, peso, altura, composição corporal, estilo de vida, hábitos, estado nutricional, enfim, não tem como algo ser o milagre pra todo mundo.
Seguindo o raciocínio, a simples presença do nutriente na dieta não garante sua utilização pelo organismo. Não é porque tem uma listinha de vitaminas e minerais ali descrita que eles serão efetivos em suas ações, isso depende de muita coisa, por isso vou explicar um pouquinho dos fatores relacionados a absorção de nutrientes pelo nosso organismo:
A Especiação é a fórmula química na qual o elemento se encontra no alimento ou dieta, que é o primeiro passo para determinarmos seu aproveitamento pelo organismo. Ligação molecular Dependendo da estrutura atômica, ligação dos átomos, isto é ligações covalentes ou iônicas, por pontes de hidrogênio, grupos sulfídricos, etc., bem como dos modelos de ligação nas esferas de coordenação dos metais e dos ligantes e seus estados de oxidação, poderemos ter solubilidades diferentes em água, meio ácido ou básico, que poderão ter influência na biodisponibilidade.
Quantidade ingerida o organismo normal tenta manter sua homeostase e geralmente absorve mais quando suas reservas estão diminuídas e menos quando estão em condições adequadas ou de excesso. Mas o excesso de um nutriente pode interferir no aproveitamento de outro. Portanto, ao avaliarmos a biodisponibilidade de um mineral específico, se não forem verificadas as reservas do mesmo no organismo, as respostas poderão ser interpretadas de maneira equivocada.
Na Matrix alimentar podemos ter compostos que impedem a absorção de minerais. Podemos citar como exemplo o ferro na gema do ovo, que se encontra ligado à fosvitina, uma proteína que representa 7% das proteínas da gema e tem uma alta capacidade ligante; no espinafre, o alto conteúdo de oxalato se liga ao ferro e ao cálcio diminuindo a biodisponibilidade destes nutrientes. Nos cereais, o fitato presente pode se ligar ao ferro, zinco, cálcio e magnésio diminuindo também a absorção.
O Estado nutricional do indivíduo também é uma questão fundamental a ser analisada na biodisponibilidade.
Esses são os pontos básicos, existem mais questões a serem discutidas, mas não vou me prolongar muito. Como podemos ver, nada é tão simples assim. Não é apenas criar um produto, colocar um monte de coisas pra dentro e dizer que aquilo irá suprir nossas necessidades! A natureza é complexa, nossa fisiologia e bioquímica são complexas!
Muitas pessoas desinformadas usam e abusam desses produtos alegando que precisam suplementar, que precisam de vitaminas e minerais, etc. NÃO É BEM ASSIM!
Vitaminas e minerais só devem ser suplementados sob orientação!
Por exemplo, a ingestão crônica de multivitamínicos (Centrum, por exemplo) pode te fazer mais mal do que bem. Grande parte dos minerais só conseguem ser absorvidos se passarem por um processo de quelação individual à cada mineral, o que não é feito nesses produtos! Outro exemplo são compostos com cálcio e vitamina D: O Cálcio deve ser quelado, manipulado e deve vir em conjunto com Magnésio, Vitamina D3 e Vitamina K em diferentes concentrações para que seja absorvido. Viu como nada é tão simples assim?
Nossa alimentação deve ser a base de alimento de verdade e, SE NECESSÁRIO, suplementar de acordo com a carência encontrada.
Outro ponto essencial para compreender o motivo dos shakes não serem indicados é o fato de serem líquidos. Isso faz com que seu sistema digestório tenha menos trabalho na digestão, você não tirará proveito do efeito térmico (o qual seu corpo gasta calorias para digerir os alimentos). Além disso, os hormônios de saciedade do nosso corpo são liberados quando MASTIGAMOS. O que seu cérebro vai fazer? Enviar a mensagem de insaciedade.
O problema não é comida, é falta de controle! O alimento não é nosso inimigo!
Assuma o controle, coma comida de verdade, se afaste dos industrializados, pós, chás milagrosos, noz da índia, cápsula emagrecedora ou coisas do tipo. Liberte-se, eduque sua mente, viva leve e sem neuras, aproveite o que a natureza nos oferece!
Obs.: texto referente a todas as marcas de shakes.