Somos humanos, erramos o tempo todo, mas temos o estranho hábito de sermos intolerantes com os erros alheios, como se os outros, coitados, fossem obrigados a agir como semideuses, seres que não costumam errar. Mas isso é um absurdo e só faz afastar as pessoas de nós, além de causar mal estar e mágoa no coração, o que é sempre um porre, porque né, tem coisa mais chata que gente rancorosa? Além de ser chato, é infrutífero, porque guardar ressentimentos por mancadas alheias não apaga o que a pessoa fez, não apaga como ela nos fez sentir e muito menos fará com que ela mude.
Eu, por exemplo, sou a pessoa mais furona do mundo, sempre fui e juro que tento não ser, porque acho feio demais, mas às vezes é maior do que eu. O problema é que, já falei por aqui, tenho tendência a sempre dizer sim, e, mais que isso, sou muito esquecida! Juro que não é maldade, mas eu esqueço mesmo, e acabo marcando mais coisas para o mesmo dia, o que sempreee dá problema!
Acho isso tão chato que aprendi a lançar mão de alguns mecanismos de ajuda, como um calendário de tarefas diárias, todo colorido, que fica tanto no iPhone, quanto no notebook e no computador “ de mesa”. Assim é mais difícil de esquecer, sabe? Sobretudo porque eles têm alarme, que começam a tocar uma musiquinha irritante um dia antes. Aí já acordo olhando no “meu calendário colorido” o que tem para o dia e nunca marco nada sem verificar antes o que já tem para aquele dia.
Isso facilitou demais a minha vida e evitou desentendimentos com pessoas próximas, que sempre se chatearam com essa minha falta de noção de tempo. O engraçado é que a minha pontualidade é exemplar… Porque quando eu vou, sempre chego antes da hora marcada e me irrito profundamente se a pessoa ainda não está pronta ou se atrasa. Acho uma falta de respeito, sabe?
Mas aí olho para as minhas próprias limitações e vejo o quanto esse julgamento é desnecessário e leviano. É, olhar os próprios “defeitos” e as próprias características é, com certeza, a melhor maneira de lidar com os defeitos e características alheias.
Existem outras “falhas menores” que fazem parte do nosso dia a dia e que nós precisamos aprender a relevar, como a desorganização alheia, a grosseria momentânea (quem nunca?), as palavras que ferem e a sinceridade cortante (já fui boa nisso!), por exemplo.
Quando isso acontece, temos que ter em mente, primeiro, que nem sempre a pessoa faz por maldade, mas porque aquilo faz “parte dela” e talvez ela nem perceba ou se percebe, não consegue mudar. Não podemos, também, querer forçar uma mudança, porque não temos o direito de exigir dos outros o que julgamos ser o correto. Além disso, é preciso seguir em frente e não ficar remoendo o que passou, porque, além de não adiantar nada, nos deixa presos a acontecimentos que causaram mágoa, o que nunca é uma coisa boa, né?
Beijos
Ju Lopes