Quem mora no interior com certeza já ouviu falar do chá de boldo, um chá tão “ruim” quanto poderoso! A popularidade do boldo se deve, principalmente, às suas qualidades digestivas, de modo que, de dor de barriga a má digestão, passando por azia ou qualquer outro problema no estômago, o chá de boldo é a indicação mais certeira.
Aqui em casa, por exemplo, tem pé de boldo e depois do almoço minha mãe sempre toma uma xícara, dizendo ela que é para proteger o fígado e manter o sistema digestivo livre de toxinas. Além disso, qualquer mal-estar que alguém por aqui tenha, de pés cansados a insônia, passando por enjoos, ela dá chá de boldo!
Achava que isso era “conversa de biólogo” que adora planta (mãe é bióloga) e fica inventando serventia para cada uma delas, mas a verdade é que o boldo é mesmo poderoso.
Conhecido cientificamente como peumus boldus molina, chamado também de boldo do Chile e boldo verdadeiro, as folhas do boldo possuem ativos constituintes como a boldina, os flavonoides, a boldoglicina, a colina, a cânfora, a cumarina, os taninos, o eugenol, o sitosterol, o limonemo, a resina, a reticulina, além de sais minerais, glicídios, ácidos orgânicos e lipídios
Esses ativos, que são muitos, comprovadamente ativam a secreção gástrica e salivar, garantindo ao boldo ação digestiva, colagoga, colerética e hepatoprotetora. Um fator importante é que a folha do boldo possui a capacidade de fluidificar a bile, além de sobrar a secreção biliar.
Para quem costuma sofrer de resseca ou passar mal após uma noite regada a drinks diversos, o chá de boldo é um santo remédio, pois reduz no organismo, os efeitos nocivos do álcool.
Por tudo isso, o chá de boldo, feito apenas com as folhas, é indicado para ajudar na digestão (para quando a feijoada pesa, sabe? rs), nas cistites, nas doenças do fígado, em casos de gordura no fígado, em enxaquecas, na azia, na digestão lenta, na insônia, em hepatites e também como diurético, sendo particularmente útil em casos de retenção de líquidos.
Apesar de ser bem tolerado e utilizado há séculos pelos povos da região norte e nordeste do Brasil, é preciso certo cuidado com a ingestão por parte de gestantes e lactantes, já que não existem estudos que relatem as possíveis reações adversas do boldo e a segurança da sua ingestão nesses casos.
Outro cuidado que é preciso ter é com pacientes portadores de doenças graves no fígado, no sistema respiratório e no sistema nervoso central.
Fora isso, basta evitar a super dosagem que o boldo é bem tolerado. Quando tomado em demasia pode causar problemas renais e apresentar ação sedativa e até hipnótica.
Para quem acha o gosto muito ruim, não tem coragem de beber, mas, mesmo assim, não pretende abrir mão dos benefícios proporcionados por essa folha, existe a opção de consumir o extrato seco, em cápsulas ou em pó.
Pode ser facilmente encontrado em farmácias, farmácias de manipulação e lojas de produtos naturais, com o benefício extra de ser um produto de custo bastante acessível.
Beijos
Ju Lopes