O tratamento do déficit de atenção possui abordagens diversas e vai desde o uso de medicações específicas, como a Ritalina, por exemplo, até terapias específicas, acompanhamento psicológico, terapia familiar, terapia de grupo, convívio com pessoas que passam pela mesma situação, dentre outras coisas.
Vale lembrar que o tratamento precisa envolver a escola e os familiares, porque na verdade é preciso “treinar” essas pessoas, ou melhor, esclarecê-las, para que elas saibam lidar com a situação, e saibam reagir da melhor maneira possível, procurando entender o modo de ser da criança, mas, também, dando limites e estabelecendo uma disciplina, mas tudo de forma suave, mas firme.
O tratamento do TODA/H é geralmente dividido em quatro etapas: informação, conhecimento e apoio técnico, medicamento e psicoterapia.
Acho de essencial importância que o profissional, seja psiquiatra ou neurologista, que vá acompanhar a criança conheça o seu contexto familiar, social e cultural, pois assim ele pode ter um maior número de informações e contribuir de maneira efetiva na elaboração de um tratamento mais eficaz e confortável para a criança e para seus familiares.
Acredito, também, e isso eu falo por mim, pelo que eu vivi, que o profissional que vá tratar a pessoa com TDA/H tenha profundo conhecimento do TODA/H em si, porque eu garanto que são poucos os profissionais que estão preparados pra isso. E não, eu não estou falando na teoria, estou falando da minha própria experiência.
É importante que o profissional tenha conhecimento técnico e uma certa habilidade para lidar com essas pessoas, porque é fato que ele vai acompanhá-las por muitos anos, irá ajudar a tornar a vida prática de um indivíduo com TODA/A possível, então é bom que ela saiba como lidar com muitas situações que envolvam o problema.
Eu tive sorte de encontrar, mesmo tardiamente, uma médica preparada, mas passei anos me sentindo a pessoa mais incapaz do mundo simplesmente porque para mim parecia impossível ter qualquer controle sobre a organização do que quer que fosse. Minha médica não me receitou só remédios, ela sentou comigo, como se faz com uma criança, escutou as minhas dificuldades e me mostrou como fazer pra conseguir manter a minha vida, em todos os aspectos, organizada, e isso inclui organização em todos os sentidos.
Esse fato fez e faz uma diferença gritante em minha vida, e o que antes era motivo de vergonha, hoje levo no maior humor, e consegui, graças a um trabalho conjunto, manter a vida organizada.
Pode parecer besteira para muita gente, mas na grande maioria dos casos, um indivíduo com TDA/H não consegue se organizar de forma alguma, e isso prejudica toda a sua vida escolar, emocional, social e profissional, gerando perdas enormes em relação a produtividade, a rendimento e a convivência.
Portanto, a escolha do médico, bem como da equipe que vá acompanhar o indivíduo com déficit de atenção é de essencial importância para sua vida, e pode, de verdade, transformá-la.
Beijos
Ju Lopes