Meninas, mais um relato de caso para vocês… Quem dá o “depoimento” hoje é a Laura, que tem uma história, infelizmente, bastante comum e triste.
Confiram:
Meu Nome é Laura, tenho 22 anos e sou estudante de Educação Física.
Fui uma criança e uma adolescente acima do peso, mas nada assustador.
Na época do vestibular, no meio de tanta pressão, acabei engordando mais e cheguei aos 83 quilos, que é muito para quem mede 1,58m.
Quando recebi o resultado do vestibular, decidi emagrecer, afinal, como estudante de educação física, teria que dar o exemplo.
Emagreci 15 quilos em três meses e estava muito feliz, até o primeiro dia de aula.
Na sala de aula, no meio de pessoas normais e sendo eu a única acima do peso, me senti deslocada e tinha muita vergonha de expor o meu corpo.
O tempo foi passando e eu me sentia censurada o tempo todo, porque como pode uma profissional de educação física ser gorda?
Decidi pegar pesado na academia e foi aí que o problema começou.
Academia é o reino dos suplementos, e é sempre fácil conseguir qualquer coisa, desde que paguemos bem, e eu paguei, e pagaria qualquer preço para me sentir bem com meu corpo.
No início eram produtos termogênicos, injeções para secar gordura ( inclusive a Lipostabil, que é proibida), hormônios para acabar com a celulite e coisas do tipo.
Os resultados apareceram rápido e queria ter mais músculos, ficar mais definida e, olha a contradição, maior.
Aí, de Clembuterol a suplementos veterinários, eu tomei de tudo um pouco.
Meu corpo mudou completamente e, como dizia meu irmão, estava parecendo um homem: baixinha e troncuda.
Eu estava tão obcecada que não percebia as mudanças, mas hoje olho fotos e me pergunto como achei que aquilo era bonito.
Minha feição se masculinizou, meu corpo se masculinizou e meu cabelo, que era volumoso e forte, começou a afinar, ficar ralo e cair.
Minha pele mudou, ficou bem oleosa e meu cabelo, além de fino e pouco, parecia que tinham jogado óleo em cima de tão oleoso.
O engraçado é que o cabelo da cabeça rareava, mas nasciam pelos onde não deveria.
Minha voz ficou grave, minha menstruação desapareceu e eu fiquei bem agressiva.
Só entendi que alguma coisa estava errada quando meu tecido necrosou por causa do ADE e precisei de uma intervenção cirúrgica. Isso me destruiu.
Nessa época, descobri também que o meu fígado foi bastante atingido e que, me imaginando saudável, estava mais doente do que um dia pude imaginar.
Parar de usar esses produtos foi um sofrimento enorme pra mim, porque você se acostuma com aquele corpo e com tudo o que ele representa, mas foi também o que salvou a minha vida.
Soube de casos em que pessoas precisaram amputar membros e até de morte súbita por causa dos anabolizantes, e agradeço por não ter chegado a tanto.
Que isso sirva de alerta para vocês.
Esse tipo de coisa é MUITO importante saber, pra que a gente fique “esperta”, e aprenda a dizer não, porque os riscos são enormes.
Beijos
Ju