Faz tempo que venho lendo artigos publicados em jornais e informativos ao redor do mundo falando dos malefícios do açúcar branco, mas como ciência é uma coisa “indecisa”, porque o que é bom em um dia é veneno no outro, evitei falar mais profundamente sobre o assunto.
Dia desses publiquei no insta, inclusive, a capa de uma revista que trazia um título mais ou menos assim “ O Pó Que Vicia e Mata”, mas o pó em questão não era nenhuma droga ilícita, e sim o açúcar.
Eu tenho a tendência de ser otimista demais, achar que tudo é exagero e que nada demais vai acontecer, mas o fato é que são centenas de estudos, nas maiores e melhores universidades do mundo, apontando para os riscos do consumo do açúcar, que é tão viciante quanto uma droga e faz tanto ou mais mal que o cigarro e o álcool.
Um estudo publicado na revista científica “Nature” sugeriu que a ingestão em excesso de açúcar (frutose e sacarose) está relacionada ao aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis como o câncer e a diabetes, por exemplo.
Aqui vale ressaltar que essas doenças crônicas, tidas como não transmissíveis, matam mais de 35 milhões de pessoas por ano, e os números são maiores nos países onde o consumo de refrigerante é maior e nos países mais pobres, onde ele é mais barato que a água. A Organização das Nações Unidas (ONU), inclusive, fez uma declaração sustentando que essas doenças geram, para a saúde pública, um ônus maior que as doenças infecciosas.
O grande problema é que o açúcar é visto como “inofensivo” e, ao contrário do álcool e do tabaco, não são regulados pelo governo, ou seja, não existe controle, o que faz com que a epidemia (sim, é uma epidemia) cresça dia após dia. Como assim uma epidemia? Açúcar é uma das maiores causas da obesidade, e mais da metade da população mundial está acima do peso. Só para vocês terem uma noção, a obesidade mata mais que a fome, e há, em todo o mundo, 30% a mais pessoas obesas do que desnutridas.
O açúcar é considerado uma caloria vazia, pois nutricionalmente falando, não acrescenta nada de bom ao organismo, mas, apesar de vazias, há estudos que sustentam que o seu consumo está relacionado com diversos processos tóxicos no organismo, o que desencadeia doenças crônicas e problemas variados de saúde.
A grande maioria dos países ainda acredita que os vilões da obesidade se resumem ao sal e às gorduras, mas isso vem mudando. A Dinamarca, por exemplo, que já tem taxas específicas pata alimentos ricos em gordura saturada, estuda a hipótese de tributar doces, enquanto o Canadá tenta implementar impostos sobre alimentos adoçados.
Até nos Estados Unidos a coisa está começando a mudar, pois já existe a pretensão de taxar o refrigerante, que é consumido diariamente e em grandes quantidades por grande parte da população.
Diante desse quadro, o mais indicado é começar a reduzir o consumo de alimentos que contenham açúcar, não é mesmo?
Beijos
Ju Lopes