Hoje fiquei aqui lembrando como, anos atrás (muitos, na verdade), esperava ansiosa por esse dia.
Era dia de ganhar presentes, que se resumiam a brinquedos e mais brinquedos, e comer todo tipo de besteira, porque afinal aquele era o nosso dia.
Meus presentes eram sempre bonecas e aquilo tudo me proporcionava uma alegria tão grande que era impossível dar piti.
Aí paro, olho as crianças de hoje, e fico triste…
Fico triste porque quando era criança, eu me comportava como criança, agia como criança, pensava como criança e era tratada como criança, ao passo que hoje as crianças, em sua maioria, são projetos de adultos, que querem agir e se comportar como eles.
Enquanto eu queria bonecas, hoje o desejo é pelo celular de última geração, pelo tablet mais famoso e pelo computador hit do momento.
Eu brincava na rua, brincava com terra, me sujava toda, tinha um monte de amiguinhos, frequentava a casa deles, sempre voltava pra casa imunda e brinquei de barbie até os 13 anos. E era tãoooo bom!
Eu me fantasiava de paquita, amava o Balão Mágico (até hoje sei as músicas! hahaha), lia Monteiro Lobato e tremia de medo quando, depois de aprontar algo, me diziam que o Saci viria me pegar, porque eu realmente acreditava que ele existia. Assim como acreditava em papai-noel, curupira e coisas do tipo.
Eu me vestia com vestidinhos de criança, usava sandálias de criança, prendia o cabelo de “Maria Chiquinha” e usava brilho de moranguinho achando que aquilo era a maravilha do mundo.
Eu não tinha a menor ideia do que era a marca A ou a marca B, e desde que tivesse babadinho e fosse rosa, lilás, laranja, verde ou amarelo, era a roupa mais linda de todas.
Hoje criança sabe e identifica as marcas das roupas e fica triste se a sua não é daquela que ela julga ser a melhor.
Elas vão pro salão fazer unhas e cabelo, sabem qual a melhor maquiagem e usam salto…
E todas as brincadeiras que me faziam tão feliz hoje são “sem graça”, cafona ou fora de moda…
Antes não tinha nem 1% das coisas que existem hoje, mas nós éramos inocentes, imaginávamos mais, criávamos mais e nos divertíamos infinitamente mais.
Saudade do tempo em que criança era criança e só!
Beijos
Ju Lopes