Meninas!
Vocês leram o post da Dani sobre a crise dos 30? Se não, clica AQUI e lê, depois volta pra cá, pois vou falar sobre as crises que permeiam nossa vida e por que elas acontecem.
Vocês já repararam que já nascemos em crise? Passamos 9 meses na barriga de nossas mamães, um lugar quentinho, escuro e aconchegante. Depois, somos brutalmente retirados desse lugar e somos obrigados a começar a viver em um mundo cheio de cores, sons, formas e sentimentos diversos. Essa é nossa primeira crise: o nascimento. Na verdade, não deveria ser uma crise, pois tudo que acontece é pura evolução: aprendemos a sentar, a reconhecer cores, pessoas, sons, a comer sozinhas, andar, falar, correr… Aprendemos tantas coisas e tudo isso por que fomos obrigados a isso, através da crise.
Assim, a crise nada mais é do que aquele momento crucial que a vida nos presenteia para que possamos parar para refletir sobre o que temos feito, o que queremos alcançar, quem somos e quem esperamos ser. Da reflexão, surgem as mudanças, as transformações e conseqüentemente a evolução.
Veja bem: na adolescência entramos em crise, pois é nessa etapa que passamos por transformações muito intensas, não só fisicamente, mas também emocionalmente. Não somos mais crianças, mas também ainda não somos adultos e, no entanto, temos inúmeras responsabilidades, escolhas a fazer, sonhos que vão se formando em nossa alma além do nosso corpo estar em completa ebulição hormonal. E depois de passarmos por toda essa jornada, estamos mais maduros, mais confiantes e preparados para seguir com a vida. Ou seja, evoluímos mais um pouco.
Quando chegamos aos 20, temos uma espécie de trégua, pois esse é o momento de seguir o caminho que escolhemos, é a hora de entrar no mercado de trabalho, de construir coisas sólidas, ter emprego, um namoro sério, pagar as contas. Daí que, quando chega entre os 28 e os 32 anos, temos mais uma crise.
A famosa crise dos 30 anos é, de longe, a que mais provoca angústias, pois os questionamentos são mais profundos: O que estou fazendo com a minha vida? O que já realizei de concreto? O que será do meu futuro? É assim que quero ser o resto da vida? É também a fase do “SERÁ?”: será que estou no caminho certo? Será que gosto do meu trabalho? Será que vou casar um dia ou será que fiz certo ao me casar mais nova? Será que estou aproveitando a vida ou só estou vendo ela passar? Será que sou bonita? Será que estou ficando velha?
Esse momento é mil vezes pior para as mulheres, pois somos cobradas. Aos 30, temos que ter casado ou estar prestes a casar, ter filhos ou estar pensando em ter e estar estabilizada profissionalmente. Então, só a expectativa de cumprir com essas “obrigações” que a sociedade impõe, já faz com que, por si só, a crise aconteça. Às vezes, pode ser um sentimento tão angustiante que provoca uma sensação de perda de tempo, de que você não fez nada do que queria fazer ou fez tudo e agora está se sentindo sem rumo.
Com a crise dos 30, refletimos profundamente sobre a vida que temos levado, se e quanto amadurecemos. Procuramos entender por que nossos planos não deram certo ou, se deram, começamos a faz novos planos e promover as mudanças necessárias para que possamos nos sentir em paz. Ou seja, é um momento de re-significar, re-fazer planos, re-pensar atitudes e buscar o equilíbrio que procuramos constantemente. Aqui, nos tornamos realmente adultos pois levamos tudo mais a sério.
Ainda temos a crise dos 40, dos 50, 60, 70, 80… Aí que chegamos a uma questão: A VIDA É FEITA DE CRISES??? E, pelo que parece, a resposta é SIM! E por um bom motivo: ela nos leva a perceber que precisamos sair do comodismo e mudar aquilo que não está nos levando a lugar nenhum. Ela nos tira da zona de conforto e estimula nossa criatividade; evoluímos por que reagimos às crises.
Somos seres que caminhamos no sentido da auto-realização, da satisfação e da felicidade, e quando estamos no caminho errado, as crises nos ajudam a compreender o que realmente precisamos para encontrar aquilo que buscamos e desejamos.
É claro que as crises são diferentes para todo mundo e nem sempre acontecem de acordo com a idade e nessa ordem. Algumas pessoas não conseguem superá-las nem aprendem algo. Existem pessoas que sequer sentem que passaram por elas, algumas realmente não sofrem e, para outras, estas crises são angustiantes e podem levar até mesmo à depressão.
Então, se você estiver passando por alguma crise e sentir que não está conseguindo dar conta sozinha, procure um terapeuta para te ajudar a pôr as idéias em ordem e não sofrer tanto assim.
Ps. O Filme (e a série de livros) “O diário de Bridget Jones” traz, de forma bem cômica, a vida de uma mulher de 30 anos! Vale a penar ver (e ler!).
Beijos e boa jornada!
Amanda ([email protected])