Ninguém muda ninguém. Você já deve ter escutado isso centenas de milhares de vezes, mas aposto de olhos fechados, que tenta mudar o outro, seja lá quem ele for, todos os dias.
Querer mudar o outro, sobretudo nas relações amorosas, é praticamente um clássico. E o pior é que a grande maioria se engana e acredita que o amor, o tempo ou seja lá o que for fará o outro mudar. Só que isso não acontece, porque ninguém aqui é borracha para apagar o que o outro é, porque o que ele é, é fruto de tudo o que ele viveu, de todas suas experiências durante toda uma vida e isso ninguém apaga.
As pessoas mudam sim, claro, mas mudam quando se dispõem a mudar, quando algo as faz mudar, mas não porque você quer que elas mudem.
A convivência é sempre um processo de tolerância e aceitação, seja lá com quem for, mas é um processo mais intenso ainda com o parceiro, porque você precisa aceitar que a pessoa é o que é e que se você quiser conviver com essa pessoa, dividir a vida com essa pessoa, terá que entender que, a princípio, é isso o que ela é, é essa é a forma como ela age e ponto. Quer? Continua! Não quer? Dê o fora, simples assim.
Cabe a você escolher ou não ficar com a pessoa, o que não pode é ficar e passar a vida inteira tentando fazer com que o outro, que sempre deixou claro como e o que é, se transforme no que você quer, nos seus ideais de parceiro perfeito.
Por isso que eu vivo batendo na tecla de que as pessoas precisam aprender a escolher as pessoas com quais querem viver e conviver. A escolha consciente, feita com calma, a medida que se conhece o outro, é a forma mais segura de ter uma relação duradoura, porque você tem tempo de conhecer a pessoa, de saber o que ela é, como ela é, o que ela quer. De saber se ela é ou não compatível com você e com a vida que você quer ter.
É, a paixão é linda, o amor é sublime, mas quem define a coisa toda é a tal da convivência, e não há paixão no mundo que se sustente quando a vida real bate na porta e mostra as incompatibilidades que sempre estiveram presentes e você nunca quis ver. Sim, relacionamento é MUITO mais que paixão e, sim, muito mais que amor.
Porque o tempo vai passando e as diferenças entre vocês, aquelas que você escondia embaixo do tapete, aquelas que você julgava ser besteira, fatos de menor importância, começam a “gritar”. É, os detalhes se tornam gritantes e é aí que o “bicho pega”, porque na ânsia de fazer a relação dar certo, um vai tentar mudar o outro e como nenhum vai conseguir o que quer, o que vai restar disso tudo é frustração, é angústia, é dor.
E tudo isso poderia ter sido evitado se você tivesse aprendido que as pessoas são o que são e nós não temos o direito de exigir que elas mudem para caber nos nossos sonhos.
Beijos
Ju Lopes