Eu tenho uma seguidora MUITO querida, lá de Porto Alegre, que vem sofrendo com a fibromialgia, e, numa tentativa de ajudar, resolvi pesquisar e conversar com médicos e fisioterapeutas para postar a maior quantidade de informações possíveis sobre a doença, que vem atingindo, aliás, milhares de mulheres em todo o mundo. Espero que ajude!
Estamos cada vez mais vulneráveis a instalação de doenças, já que a cada dia o nosso organismo se torna mais predisposto a isso devido ao estresse, a ansiedade e a falta de qualidade de vida que se acentuam dia após dia.
Uma das doenças que parece ser fruto dessa vulnerabilidade e dessa qualidade de vida tão ruim é a fibromialgia, uma síndrome dolorosa de etiopatologia desconhecida, não autoimune, com dores difusas não inflamatórias, crônica, que acomete principalmente mulheres, sendo caracterizada por dores musculares difusas crônicas em áreas específicas, e associada frequentemente à fadiga, à ansiedade, à depressão, à cefaleia, à síndrome do cólon irritável, a disfunções intestinais, à parestesia em extremidades, à dismenorreia e aos distúrbios do sono.
Os sintomas da fibromialgia são variáveis, dependendo da gravidade do quadro, mas podem chegar ao nível de causar dores muito fortes, fadiga intensa e depressão de forma a incapacitar a pessoa tanto no que se refere ao âmbito pessoal quanto ao profissional. Essa incapacidade funcional acaba refletindo no desempenho ocupacional o que dificulta a realização de uma série de tarefas motoras e cognitivas, o que causa um impacto forte no cotidiano, gerando uma ruptura, muitas vezes, brusca na rotina. O pior é que, como é uma doença crônica, essa incapacidade pode se manter por tempo indeterminado, o que gera efeitos desestabilizadores no paciente e também nos familiares, que muitas vezes precisam se adaptar à nova realidade que, por hora, se impõe.
O fato de ser uma doença crônica, sem causa determinada e com cura incerta gera no paciente um enorme sentimento de desamparo e, sobretudo, vulnerabilidade, o que faz com que a depressão seja predominante, atingindo cerca de 80% dos portadores da doença, o que também influencia negativamente na qualidade de vida dessas pessoas.
Há autores que relacionam a fibromialgia a doenças psiquiátricas, como se a causa dessa doença tivesse origem psiquiátrica, já que a grande maioria dos pacientes apresentam quadros de depressão, ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno de stress pós traumático. Há autores, ainda, que consideram a fibromialgia como uma variante dos transtornos depressivos. Entretanto, há indícios que, apesar das semelhanças, os mecanismos fisiopatogênicos entre as duas doenças são diferentes.
Convém ressaltar que por muito tempo a fibromialgia não foi considerada uma entidade clínica distinta, e que somente a partir da década de 80 é que a doença ficou mais “popular” e os estudiosos começaram a concordar em “nomear” essa síndrome da dor generalizada.
Como muita gente desconhece a doença, inclusive quem sofre com ela, achei melhor fazer um post introdutório, com informações gerais sobre o problema, seguido por outros onde eu possa falar das manifestações clínicas, do diagnóstico (AQUI), do tratamento convencional (AQUI), das terapias alternativas, da capacidade funcional e da qualidade de vida desses pacientes.
Beijos
Ju Lopes