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Você Sabe o Que É Educação Nutricional?

 Essa semana trouxemos uma nutricionista pra falar da importância desse profissional e da educação nutricional na formação dos hábitos alimentares, e embora a linguagem pareça um pouco diferente do que estamos acostumados, é importante ter acesso a esse tipo de conhecimento, sobretudo quem tem filhos pequenos.

Até hoje muita gente considera o papel do nutricionista pouco relevante, o que é um absurdo, pois a educação nutricional, dentre outras coisas, é ponto de partida para uma vida com hábitos alimentares saudáveis, e isso é relevante em qualquer idade.

Vejam, sobre isso, o que a nutricionista Tamires Medeiros ressaltou:

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“A alimentação da criança repercute durante toda a sua vida, já que a partir dos primeiros anos de vida é que se forma o hábito alimentar.

Como se vê, inicialmente é a família, e principalmente os pais, que atuam como educadores nutricionais já que são eles os primeiros responsáveis pela formação do comportamento alimentar da criança. Aos pais cabe, portanto, iniciar o processo de socialização alimentar e de informação nutricional com o intuito de formar uma promoção alimentar adequada.

O comportamento e as preferências alimentares do escolar são determinadas por uma infinidade de fatores, destacando-se as os fatores culturais, sociais, ambientais e genéticos, e são esses fatores que originam o processo de aprendizagem alimentar. Neste ponto, cumpre salientar que o contexto social adquire especial relevância, vez que possui uma influência muito grande na experiência alimentar, nos padrões de alimentação e no desenvolvimento sócio alimentar das pessoas.

Observa-se que a educação nutricional conscientiza acerca da importância dos costumes alimentares e que o nutricionista age como um educador, que visa sempre à promoção, à manutenção e a recuperação da saúde. Assim, enquanto educador, é dever do nutricionista observar as necessidades alimentares individuais para, assim, programar práticas de promoção de educação nutricional.

Sabe-se que a educação nutricional é um processo educativo através do qual objetiva-se tornar os indivíduos seguros para determinarem as suas opções alimentares com o intuito de garantir uma alimentação que seja ao mesmo tempo prazerosa, saudável e que possa suprir as necessidades fisiológicas do organismo, bem como psicológicas e sociais do individuo.

Educação Nutricional: O Que É e De Onde Vem

O conceito de educação nutricional no Brasil, como sustenta, vem sendo modificado ao longo dos anos, vez que quando surgiu, nos anos 40, era tida como um dos pilares de proteção ao trabalhador, tendo entrado em exílio após o golpe militar de 1964.

Em meados da década de 50 a educação nutricional ganhou cunho econômico, vez que se voltava para campanhas alimentares tendenciosas que buscavam introduzir determinados alimentos, como a soja, na dieta diária da população devido a interesses puramente comerciais e lucrativos.

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Nos anos 60 o governo brasileiro, ao firmar convênio com o MEC/USAID, usou a educação nutricional como um meio para induzir as pessoas a consumir os alimentos que eram enviados ao país por conta do excedente agrícola dos Estados Unidos. Já em meados dos anos 70, o conceito de educação nutricional, influenciado pela corrente comportamentalista, passou a ser orientado com base em um pensamento mais tradicional do que seria a educação. Na década de 80 consolidou-se a educação nutricional crítica que sustentava a existência de uma incapacidade da educação alimentar de promover alterações relevantes em práticas alimentares. Nesse contexto, a educação alimentar passa a ser responsável também pela conscientização da população acerca dos seus direitos de cidadania.

Esses diferentes conceitos e objetivos que a educação alimentar possuiu ao longo das décadas mostram uma clara vinculação entre o conceito e os interesses políticos e econômicos vigentes em dado momento histórico. As prioridades e os objetivos das questões nutricionais são moldadas de acordo com os interesses determinantes.

Ao escrever sobre a contribuição da educação nutricional na construção da segurança alimentar, BOOG, conceituou a Educação Nutricional como:

“um conjunto de estratégias sistematizadas para impulsionar a cultura e a valorização da alimentação, concebidas no reconhecimento da necessidade de respeitar mas também modificar crenças, valores, atitudes, representações, práticas e relações sociais que se estabelecem em torno da alimentação, visando o acesso econômico e social de todos os cidadãos a uma alimentação quantitativa e qualitativamente adequada, que atenda aos objetivos de saúde, prazer e convívio social” (BOOG, 2004, p.18).

Observa-se, nesse sentido, que o processo de educação nutricional ajuda a despertar nas pessoas a conscientização sobre a importância dos seus costumes alimentares, levando-se em conta as preferências alimentares, derivadas de crenças e costumes, de cada um. Certo é que o nutricionista é um educador, vez que visa sempre à promoção, manutenção e recuperação da saúde. A educação, portanto, é o ponto principal entre o nutricionista e o seu paciente.

Dessa forma, enquanto educador, cabe ao nutricionista observar as necessidades alimentares de cada pessoa, compreender os processos de construção da educação alimentar e implementar práticas de promoção de educação nutricional. Ressalte-se que a educação nutricional possui uma função social, que se revela na necessidade de socializar os conhecimentos técnicos para alterar a visão dos indivíduos e da sociedade em geral.

Assim, o papel da educação nutricional abarca também a produção de informações claras e seguras que sirvam como orientações para a população no momento de tomada de decisão quanto aos seus hábitos alimentares.

Nesse sentido, o relatório da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI aponta que:

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Cabe à educação simultaneamente encontrar e assinalar as referências que impeçam as pessoas de ficarem submergidas nas ondas de informações, mais ou menos efêmeras, que invadem os espaços públicos e privados e as levem a orientar-se para projetos de desenvolvimento individuais e coletivos. À educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de um mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a bússola que permita navegar através dele (p.89).

Diante disso, a inclusão de temas de educação e segurança nutricional nos projetos escolares pode ser de grande ajuda na formação desses indivíduos, que teriam orientações precisas sobre as práticas alimentares saudáveis e, assim, poderiam filtrar melhor a quantidade de informação disponível sobre o tema.

Intervenção do Nutricionista no Processo de Educação Nutricional

 

A intervenção nutricional na alimentação escolar tem como intuito a realização de uma série de ações que acabem atingindo o objetivo de garantir uma alimentação saudável ao escolar, justamente pela conscientização nutricional.

Para intervir de maneira eficiente no processo de educação nutricional o nutricionista deve, inicialmente, conhecer a população alvo, bem como as deficiências nutricionais, características alimentares culturais, nível sócio econômico, comportamento alimentar adquirido, dentre outros fatores que possam interferir no hábito alimentar.

Conhecendo seu publico alvo, o nutricionista irá planejar cardápios adequados e supervisionar o cumprimento desses cardápios, com a devida observância a segurança higiênica e sanitária; analisar o valor nutritivo dos alimentos fornecidos, garantindo que a oferta de nutrientes cumpra o mínimo estabelecido em lei; analisar os resultados dos programas de alimentação escolar, para poder sanar os possíveis problemas e perceber o que ajuda ou não. Toda ação que vise ajudar na promoção de hábitos alimentares saudáveis deve ser pensada em longo prazo.

Cabe ao nutricionista o papel de educador no sentido de que é ele quem tem a missão de transformar os hábitos alimentares com orientações,  práticas demonstrativas e projetos de educação nutricional orientados para este fim. Projetos esses que deverão  orientar sobre a alimentação, a nutrição e a educação nutricional, promovendo, ainda, consciência nutricional, social, ambiental e ecológica. Para mudar o hábito alimentar do escolar o nutricionista deverá implementar ações que alcancem a comunidade escolar e familiar para que as informações nutricionais pertinentes e a alimentação correta e equilibrada aconteça também no ambiente familiar e comunitário, já que é necessário, para alcançar mudanças efetivas, abranger todo o contexto social no qual o escolar está inserido

O processo de aprendizagem possui influencia direta no comportamento do escolar, que é ancorado na sugestão do sabor dos alimentos, no contexto social e na consequência pós ingestão da alimentação

A educação nutricional é uma prática de extrema relevância no ambiente escolar, vez que é no período escolar que se formam os padrões alimentares que os indivíduos irão carregar por toda a vida.

A execução, pelo nutricionista, de um trabalho de educação nutricional colabora de maneira profunda para a modificação e transformação dos hábitos alimentares existentes, ao tempo em que possibilita a construção de conhecimentos sobre alimentação adequada e nutrição. Conhecimentos esses que serão repassados no ambiente familiar e social, possibilitando a propagação de hábitos saudáveis.

A literatura revisada evidencia a relevância do papel do nutricionista enquanto orientador e educador no processo de formação dos hábitos alimentares do escolar. Dessa forma, temáticas relacionadas à segurança higiênico sanitária, a segurança alimentar e nutricional, e a educação nutricional são importantes na formação do escolar, que teriam acesso, no ambiente escolar, a informações pertinentes sobre hábitos alimentares saudáveis, contribuindo com a autonomia do escolar no momento das escolhas, formando assim um indivíduo consciente e comprometido com a própria saúde.

Esse papel de educador só será cumprido efetivamente se exercido não somente com o escolar, mas sim para todo o contexto social e cultural no qual ele esta inserido, pois é certo que eles são determinantes nas escolhas alimentares de crianças e adolescentes.”

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Written by Nat

Sou jornalista, blogueira, louca por cosméticos e chocolate. Escrevo sobre um pouco de tudo que for relacionado ao universo feminino.

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