A função do alimento, como todo mundo sabe, é nutrir o organismo, dando a ele tudo o que for necessário para que ele se mantenha e funcione corretamente. Contudo, o que mais se vê é uma “mudança de função”, pois se antes servia para nutrir o organismo, hoje o alimento é usado para suplantar sentimentos como ansiedade, insegurança, raiva, frustração e similares.
O alimento transformou-se em um vício, como outro qualquer, e, como proporciona prazer, mesmo que momentâneo, é dos mais difíceis de combater.
É raro que alguém se alimente porque sinta, realmente, fome. A gente come pra passar o tempo, come enquanto assiste TV, como enquanto está no computador, come enquanto conversamos com os amigos e como até quando estamos ao volante. Ou seja, não importa qual seja a situação, a comida está sempre presente.
E, na grande maioria das vezes, esse processo é tão “automático”, que sequer nos damos conta, afinal, ele nos mantém de certa forma anestesiados em relação a uma realidade que quase sempre nos causa sentimentos negativos, e isso é péssimo, porque perdemos o controle não só em relação ao que comemos, mas sim, e principalmente, perdemos o controle e o poder em lidar com situações de dor e de angústia. Ou seja, usamos o alimento como válvula de escape para situações e sentimentos que não conseguimos, momentaneamente, encarar, vivenciar.
Mas, o mais importante, como se livrar disso?
O primeiro passo é reconhecer que a sua fome é, na grande maioria das vezes, emocional, que ela já se tornou um hábito e que faz muito mal para a sua saúde física e psicológico, porque, obviamente, gera quilos a mais, o que interfere negativamente na auto estima.
Esse reconhecimento é um trabalho de autoconhecimento que pode tanto ser feito sozinho como com acompanhamento psicológico, o que seria o mais adequado. Além de reconhecer a “fome emocional”, é preciso entender que “engolir” seus sentimentos não funciona, porque é isso que a gente faz, engole a raiva, a ansiedade, o medo, a dor, a rejeição e a frustração.
Sempre antes de ingerir algum alimento, antes de entrar no piloto automático, pare e pense se a sua fome é real ou não. Em caso negativo, coloque na balança o que é mais importante para você e para a sua saúde, e segure a “boquinha nervosa”!
Lute, mesmo, com todas as suas forças para evitar o alto preço que se paga por aliviar momentaneamente o estresse emocional ou seja lá o que for que te faça comer além da contas, porque esse “conforto” proporcionado pelo alimento é, na verdade, uma espécie de prisão, uma prisão que nunca permite que sejamos livres, porque a fome emocional nunca é saciada, e tendemos a ficar eternamente atrelados a ela.
Não, apesar de ser simples, não é nada fácil. É um esforço enorme, mas um esforço que só vai nos proporcionar benefícios, físicos, mentais e emocionais. É um esforço que nos tornará livres do alto preço que pagamos por não sabermos lidar com os sentimentos negativos da vida.
Beijos
Ju Lopes