O livro de hoje é um clássico no suporte às pessoas que têm Deficit de Atenção, bem como aos seus familiares.
Ele foi escrito pela Dra. Ana Beatriz Barros, que é uma psiquiatra “portadora” (não gosto desse termo!) de deficit de atenção, alguém que conviveu com isso durante toda a vida e não apenas “olhou de fora” como espectador ou especialista. Como ela viveu (e vive) essa situação, é um livro, a meu ver, muito mais completo, muito mais direto, muito mais real.
A linguagem clara, simples e fácil, torna o livro acessível para a grande maioria da população e é incrível como ela consegue desmistificar alguns comportamentos comuns em quem tem o problema, como a desorganização (presente!), a desatenção e a hiperatividade, dentre outras coisas.
Já falei por aqui que fui diagnosticada desde cedo como TDA, mas não sei ao certo se esse diagnóstico é correto ou não, porque fora a desorganização e a absoluta inabilidade para focar no que não me chama a atenção, nunca sofri – ainda bem – os danos que as pessoas portadoras de TDA sofrem. Ao longo da vida tive dificuldade em uma ou duas matérias, como quase todo mundo, mas nunca tive dificuldade de aprendizado, fiz faculdade, me formei, passei na OAB, enfim, sempre correu tudo dentro da normalidade.
Contudo, com o diagnóstico correto ou não, me identifiquei bastante como muitos trechos do livro, e acho uma excelente indicação tanto para quem tem o “problema” como para quem convive com quem tenha. Sim, é leitura obrigatória para pais de crianças com TDA!
Vejam abaixo alguns trechos do livro:
1- Quando pensamos em TDA, não devemos raciocinar como se estivéssemos diante de um cérebro “defeituoso”. Devemos, sim, olhar sob um foco diferenciado, pois, na verdade, o cérebro do TDA apresenta um funcionamento bastante peculiar, que acaba por lhe trazer um comportamento típico, que pode ser responsável tanto por suas melhores características como por suas maiores angústias e desacertos vitais.
2- ALTERAÇÃO DA ATENÇÃO: Este é, com certeza, o sintoma mais importante no entendimento do comportamento TDA, uma vez que esta alteração é condição sine qua non para se efetuar o diagnóstico. Uma pessoa com comportamento TDA pode ou não apresentar hiperatividade física, mas jamais deixará de apresentar forte tendência à dispersão.
3- Essa desorganização gera um gasto de tempo e de esforço muito maior do que o necessário para realizar suas tarefas cotidianas. Tal situação pode ser comparada a um carro cujo motor desregulado consome bem mais combustível e submete suas peças a um maior desgaste, resultando em menor durabilidade e desempenho. Muitos TDAs descrevem períodos de profundo cansaço mental e, às vezes, físico. Alguns usam a expressão “cansaço na alma” para descrever seu estado após a realização de tarefas nas quais se forçaram em permanecer concentrados por obrigação.
4- O DDA varia grandemente em intensidade, nas características e na forma como se manifesta. Pode-se dizer, em tom de brincadeira, que existe desde um ”DDAzinho” até um ”DDAzão”. O fato é que muitas pessoas não preenchem os critérios diagnósticos para DDA, mas apresentam, inequivocamente, alguns de seus sintomas. Em outros casos, elas podem até ter vários sintomas, mas com intensidade e frequência insuficientes para caracterizar um caso clássico de DDA.
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Beijos
Ju Lopes