Jorge Amado, uma das pessoas mais incríveis que já passou por essa vida, costumava dizer que “a amizade era o sal da vida”. E é mesmo, porque são os amigos que tornam a nossa vida muito melhor – e mais divertida!
São eles que nos conhecem, até mais que nós mesmos, são eles que nos amparam, que nos dão broncas, que dividem, que compartilham, que “chegam junto” em todos os momentos, sejam eles bons ou ruins.
São com eles que passamos grande parte das nossas vidas e aprendemos muitas das lições mais importantes. São eles que, quando são amigos de verdade, suportam as nossas birras, as nossas “caras amarradas”, os nossos ataques de egoísmo, de egocentrismo e tudo o mais, nem sempre com toda a paciência do mundo, mas sempre mostrando os nossos erros e nos estendendo as mãos para que tenhamos suporte para corrigi-los.
Amigo que não aponta nossos erros, que não dá uma sacodida de vez em quando, que não “chama a atenção”, desculpem, não é digno de ser chamado de amigo. Porque amigo de verdade quer o bem e querendo o bem, ele quer proteger, cuidar, zelar, porque é isso que os amigos afazem.
Eu tenho um amigo que, sempre que estou fazendo algo errado, sempre que não estou no prumo certo, ele me dá “sacodidas violentas”, verdadeiros “banhos de água fria” e sempre que eu, manhosa que sou, reclamo dos métodos tão diretos e drásticos, ele diz que a função dele é fazer de mim uma pessoa melhor e não me “alisar”.
E isso faz toda a diferença, porque sei que, quando quero a verdade, é na face dele que ela será refletida, porque ele não vai mentir, não vai “passar a mão na cabeça”, não vai amenizar as coisas, ele vai me mostrar as coisas como elas são e isso não tem preço.
Mas um amigo também é aquele que nos mostra a força que nós sequer sabíamos que tínhamos. São aqueles que estendem as mãos com amor, sem julgamentos, são aqueles que nos apoiam, nos orientam, são aqueles que acreditam em nós, em nosso potencial, em nossos sonhos, mesmo quando nós não acreditamos.
Claro que, como qualquer relação, amizades passam por fases e crises que não são poucas. Mas tudo isso faz parte e tudo isso se supera com o tempo, quando o gostar existe, quando a gente valoriza a importância daquela pessoa em nossa vida, apesar de tudo. Sim, porque perfeito ninguém é, nem você, nem seu amigo e é preciso que um releve e entenda as fraquezas e defeitos do outro, porque quando a gente é amigo, é amigo do “todo”, da pessoa completa, com “a luz e com a sombra” e não só com a parte boa.
Amigos também erram, cometem enganos, pisam na bola, porque amigos são assim, como nós, humanos. E o que podemos fazer é perdoar e seguir em frente, porque afinal, a nossa vida com eles é infinitamente melhor do que a nossa vida sem eles.
Beijos
Ju Lopes