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A Impotência Frente a Dor de Quem a Gente Ama

Poucas coisas na vida são tão impactantes quanto a perda de alguém que a gente ama. Dói, dói mesmo e dói muito. Mas o tempo, sempre ele, vai aliviando as dores (mas não a saudade e a falta que a pessoa faz) e nos fazendo sair do luto.

Contudo, a impotência diante da dor de quem a gente ama é avassaladora e dilacera a alma, porque o “não poder fazer nada” é desesperador, “rasga” por dentro e mata aos poucos. Ver uma pessoa que você ama morrendo aos poucos a cada dia, sentindo dores inimagináveis e se “acabando” pouco a pouco, dia a dia, é algo que marca a gente por toda a vida. É algo que “emudece”, que transforma, que faz todo o resto “parar”, parecer pouco demais.

Esse post é meio que um desabafo, porque esse final de semana lembrei demais da minha avó, que faleceu alguns anos atrás vítima de um câncer no pulmão. A doença, o sofrimento e a morte dela me marcaram de inúmeras formas, sobretudo porque eu nunca fui de expressar as “minhas dores”.

Até hoje não consigo entender como uma pessoa que nunca teve nenhuma doença, uma pessoa forte, ativa, que nunca fumou, nunca bebeu, morava na fazenda e tinha uma alimentação “pura” e saudável foi ter justamente um câncer de pulmão. Não consigo…

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Não consigo esquecer o dia 16 de março, quando a doença foi confirmada e o médico deu pouco tempo de vida. Não consigo esquecer o estado de choque em que todo mundo ficou. Não consigo esquecer que ninguém conseguia acreditar. Não consigo esquecer que ninguém tinha coragem de chegar para ela e contar.

Não consigo esquecer nenhuma das reações dela, as que eu presenciei, já que nessa época não morava aqui em Jee. Não consigo esquecer a força que ela teve, que foi muito maior que a de qualquer um de nós, porque ela sempre foi mesmo muito mais forte do que todos nós juntos.

Ver a minha avó, que sempre foi um exemplo de força, praticamente uma super-heroína, cada dia mais fragilizada, sofrendo e sentindo dores que eu sequer consigo mensurar me causava uma sensação de impotência tão profunda, a sensação de que NADA do que eu ou qualquer pessoa fizesse poderia adiantar alguma coisa, que nunca consegui superar.

E sabe o pior? Ela sobreviveu, após descobrir a doença, por mais de um ano, e durante esse período eu nunca a vi reclamar de nada, sequer da dor…

Era incrível ver que, mesmo no auge da fragilidade, já sem forças, ela fazia as coisinhas dela sozinha, porque ela nunca foi dependente de ninguém, e nem nesse momento aceitava  ser.

Algumas doenças são assim, elas acometem não só a pessoa que está doente, mas toda a família, todas as pessoas que amam aquela pessoa. E, quando não há NADA a fazer, quando nada do que você faça fará alguma diferença,  quando, simplificando, ficar de “braços cruzados” é a única opção,  a dor é sempre muito pior.

Beijos

Ju Lopes

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Written by Nat

Sou jornalista, blogueira, louca por cosméticos e chocolate. Escrevo sobre um pouco de tudo que for relacionado ao universo feminino.

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