Oi meninas!
Sempre me choco quando leio notícias que envolvem violência doméstica. É assustador pensar que o agressor é alguém da própria família, alguém que deveria amar, cuidar e proteger. E o mais triste de tudo isso, é que tal crime ocorre com muita freqüência e são poucas pessoas que denunciam.
A violência doméstica é a violência cometida entre familiares ou dentro de casa, de forma explícita ou velada, que envolve pessoas unidas tanto por parentesco natural, quando por parentesco civil (marido e mulher, sogra, padrasto, madrasta, meio-irmãos, meio-tios, etc). Essa violência pode ser física, psicológica e/ou sócio-econômica.
Na violência física estão inseridas as agressões diretas (socos, pontapés, espancamentos, agredir com objetos, etc), destruição de objetos patrimoniais e também incluo aqui as agressões sexuais. A psicológica são as agressões verbais, ameaças e gestos agressivos que provocam danos morais e geram sentimentos de medo, insegurança, baixa auto-estima e desespero. Já a sócio-econômica se trata do controle da vida social e econômica da vítima, como proibições (não pode trabalhar nem sair de casa, não pode falar com outras pessoas nem usar roupas curtas) e quando a pessoa é obrigada a entregar seus rendimentos.
Dentro da violência doméstica existem vários subtipos, que são muito cruéis, principalmente quando se tratam de crianças, adolescentes, idosos e deficientes físicos e mentais. Assim, podemos falar também da violência e abuso sexual contra crianças, negligência e abandono, violência contra a mulher, maus-tratos com idosos e até mesmo em violência contra o homem.
Resumindo: TUDO que envolver constrangimentos psicológicos e sócio-econômicos, agressões físicas, negligência, abandono e abuso sexual envolvendo pessoas de uma mesma família, incluindo os agregados, é chamado de violência doméstica.
As motivações são várias e até mesmo banais, como divergências em relação à educação dos filhos, comida, limpeza da casa, contas a pagar, ciúmes, etc, e a maioria dos casos estão relacionados ao uso de álcool e drogas. Em se tratando da violência à mulher, junta-se a isso tudo a questão cultural, em que prevalece o machismo e o patriarcalismo, ou seja, o homem é o chefe da família e é ele quem dita as regras.
Culturalmente, as mulheres são educadas para serem sempre submissas a alguém – primeiro ao pai, depois ao marido – e o exagerado valor dado ao corpo feminino faz com que a mulher seja vista como um objeto pertencente ao companheiro. É aquele pensamento machista que diz que se a mulher foi espancada é por que mereceu, o que é totalmente errado.
Mesmo diante de todos os avanços, ainda sofremos preconceito não apenas no mercado de trabalho – onde ganhamos menos que os homens – mas também dentro do nosso próprio lar. É um fenômeno que ocorre em todas as classes sociais e independente de cor ou grau de escolaridade.
Só para se ter uma idéia, uma pesquisa feita em São Paulo, em relação a autor/vítima, mostrou que 81,1% das agressões ocorreram entre casais, 11,6% entre pais/responsáveis e filhos e 7,3% entre outros familiares. Em relação à mulher, uma em cada cinco brasileiras já foi agredida por um homem e pelo menos 6,8 milhões de mulheres, no Brasil, já foram espancadas pelo menos uma vez, sendo que, no mínimo, 2,1 milhões de mulheres são espancadas por ano – ou uma a cada 15 segundos!
A violência contra o homem também existe, mas as denúncias são raras por conta da vergonha. Pode ocorrer tanto por parte da mulher, quanto de amigos e parentes, e em crimes em que a mulher é autora, a maioria deles é resultado de uma série de agressões, ou seja, é um ato de desespero em que a mulher, não agüentando mais ser agredida, acaba matando o companheiro.
A violência infantil é também pouco denunciada e cresce assustadoramente o número de casos que envolvem maus tratos e abuso sexual com crianças cada vez mais novas – já vi notícia de abuso de criança de 1 ano de idade!!!
Os prejuízos para quem sofre esse tipo de violência são enormes, pois mexem muito com o emocional, por mais estrutura que a pessoa tenha. E quando ocorre com crianças, o sofrimento é ainda maior, pois elas não tem como se defenderem e não tem estrutura emocional para lidar com traumas.
Assim, o melhor a fazer é denunciar! DENUNCIE, não deixe que agressores covardes fiquem impunes!
Para denúncias de violência ou abuso contra crianças, acesse http://www.disque100.gov.br/ ou disque 100.
Para denúncias de violência doméstica contra a mulher (ou homem), acesse http://www.disquedenuncia.org.br/ (RJ) ou disque 180 (Para todo Brasil e para informações).
Abraços!
Amanda ([email protected])