A síndrome das pernas inquietas é um problema que atinge cerca de 10% da população mundial e costuma surgir a partir dos 25 anos, mas pode se manifestar em qualquer idade, inclusive na infância, onde costuma ser rara.
O grande problema é que ela está relacionada com a insônia, sendo uma das maiores causas da insônia, aliás, que causa diversos problemas para a nossa saúde.
E, vamos combinar, é um troço traumático, porque, imaginem só, como vai dormir com o namorado, noivo, marido e afins se as pernas, em movimentos involuntários, se movimentam a noite toda? Quem vai querer dormir com alguém tomando pontapés e chutes todos os dias? Dá divórcio, fim de namoro, fim de noivado, fim de qualquer possibilidade de “noites em comum”! É, parece ser pior que o ronco alheio!
Sintomas
Mas o incômodo não é só para o parceiro, pois além do constrangimento de passar a noite chutando o outro, a pessoa que tem a síndrome acorda com as pernas doendo, cansada, com a sensação de sono não reparador e, claro, mal-humorada.
Mas o problema não é só durante a noite… Para quem tem essa síndrome, trabalhar sentada em algum lugar pode ser um transtorno, porque a vontade/necessidade de movimentar as pernas é praticamente incontrolável.
Além disso tudo, a síndrome causa formigamentos, câimbras, coceiras, dores, queimações, “puxões”, arrepios e mal estar nos membros inferiores, sendo que esses sintomas costumam se agravar no final da tarde e durante a noite. Para piorar, deitar não resolve, piora, aliás, e ficar sentado é um transtorno sem fim.
Causas
As causas ainda não são totalmente conhecidas, mas sabe-se que está relacionada com a predisposição genética, com deficiência de ferro e de dopamina, e é comum que pessoas que se submetam a dietas restritivas, que costumam causar deficiência de ácido fólico e de ferro, apresentem essa síndrome.
Diagnóstico
O diagnóstico da síndrome das pernas inquietas é predominantemente clínico, mas é feita uma bateria de exames com o intuito de detectar alterações nos vasos sanguíneos e/ou nos nervos.
Em alguns casos, essa síndrome pode camuflar problemas como fibromialgia, que falei por aqui ontem, além de artrite reumatoide, insuficiência renal e outras doenças.
Como é relativamente desconhecida da população, milhares de pessoas passam a vida dormindo mal e tendo vários sintomas da síndrome sem sequer procurar diagnóstico. Muitas até procuram, mas logo se frustram com a dificuldade de detectar o problema, que, ressalte-se, tem tratamento.
Tratamento
Nos casos mais brandos, a recomendação é usar benzodiazepínicos, já nos mais graves pode-se usar remédios que estimulem os receptores de dopamina no cérebro, como o ropilene e o pramipexole.
É importante, ao notar os primeiros sintomas, procurar um médico para identificar o problema e iniciar o tratamento, pois só assim pode-se controlar os sintomas e minimizar as crises, contribuindo para uma melhor qualidade de vida do paciente.
Para quem é portador da síndrome das pernas inquietas o uso de substâncias que contenham cafeína, bem como o álcool e o cigarro não são aconselhados, pois pioram o quadro.
Beijos
Ju Lopes