Tempos atrás li em algum lugar (juro que não lembro aonde!) uma matéria sobre uma batata que conseguia combater a diabete, e a notícia, lógico, chamou a minha atenção, já que essa é uma doença que acomete tantas pessoas e que causa tantos danos.
A batata atende pelo nome de Yacon, e é conhecida cientificamente como smallantus sonchifolius, sendo originária na região andina, sobretudo na Bolívia e no Peru. A “raiz andina”, que mais parece um inhame, é tuberosa e suculenta, atinge até 2 metros de altura e pode ser consumida de várias formas: in natura, em saladas, em sucos, em vitaminas, assada, cozida e em receitas diversas. Ou seja, é um alimento versátil, que pode ser usado no preparo de diversos pratos e, dizem as boas línguas, tem “gosto bom” de pera-d`água.
A fama dessa batata começou a cerca de dez anos, quando estudiosos descobriram que ela ajudava a controlar as taxas de açúcar no sangue. Por isso, aliás, é que ela começou a ser chamada de batata diet, já que ela, dentro do organismo, se transforma em uma espécie de gel que retarda a absorção da glicose.
Isso é, na verdade, um fato bastante inusitado, já que os demais integrantes da “família”, por assim dizer, como o aipim e a batata, por exemplo, são ricos em amido, que é rapidamente absorvido pelo organismo, o que acaba gerando o famoso pico glicêmico.
Mas, apesar de todos os supostos benefícios, ainda não há consenso sobre o uso dessa raiz andina no controle da diabetes. Estudos mais antigos, realizados na década passada, analisou o efeito do chá feito com a folha da planta da yacon em cobaias (roedores) diabéticos. Os resultados, após duas semanas de uso do chá, foram surpreendentes, já que houve, no grupo diabético, uma normalização dos níveis de açúcar no sangue. Nos demais animais, que não apresentavam diabetes, nada mudou.
Apesar de causar um reboliço justificado na época, não se aconselha, nos dias atuais, a ingestão do chá da folha da planta yacon no tratamento de pacientes diabéticos já que estudos clínicos feitos posteriormente mostraram que os efeitos sobre os níveis de açúcar no sangue eram passageiros e, mais que isso, havia riscos de danos, como lesões renais graves.
Isso mostra que não se deve consumir o chá, bem como abandonar o tratamento convencional, como muita gente fez, para tentar controlar a diabetes somente com o yacon. Mas, pode-se sim inclui-lo na dieta, já que é uma “raiz do bem”, que, como explicarei no post seguinte, protege o intestino de inflamações (a tal da colite…), aceleram o trânsito intestinal, reduz em até 15% a capacidade de absorção do colesterol, auxiliam na assimilação de alguns nutrientes, sobretudo o cálcio e estimula a multiplicação de algumas bactérias que participam do processo de fabricação das vitaminas do complexo B no sistema digestivo.
Pra completar a “festa” e fazer a alegria de quem anda contando calorias, o yacon tem um teor calórico baixo, de cerca de 33 calorias por 100 gramas, o que é animador!
Beijos