Quando falei sobre o “não menstruar” muitas meninas enviaram e-mails relatando casos de doenças relacionadas a menstruação. Dentre todas, a síndrome dos ovários policísticos foi a mais abordada e por isso achei válido fazer um post sobre isso.
A síndrome dos ovários policísticos (SOP) é uma doença complexa, pois está relacionada com o funcionamento de inúmeros órgãos e não só dos ovários.
Os ovários são orgãos responsáveis pela produção dos hormônios sexuais femininos e pelo acolhimento dos óvulos. É comum em aproximadamente 30% das mulheres o aparecimento de cistos benignos nos ovários, que caracterizam-se como micro bolsas contendo matérial líquido ou parcialmente sólido. Isso é o que se chama de ovários policísticos, que no geral são cistos assintomáticos, mas que em 10% dos casos estão associados a outros sintomas.
Convém lembrar que cisto no ovário não é sinônimo de ovário policístico, sendo que a diferença entre os dois reside no tamanho e no número dos cistos.
Além das alterações nos ovários, é comum que as mulheres com síndrome dos ovários policísticos apresentem resistência a insulina, o que aumenta o risco do desenvolvimento de diabetes mellitus e colesterol elevado.
Os principais sintomas dessa síndrome são a irregularidade menstrual (com menstruações ausentes ou esparsadas, que ocorrem poucas vezes ao ano), o excesso de pêlos no rosto e no corpo ( geralmente seios e abdômen), também chamado de hirsutismo, o aparecimento de acne, a infertilidade decorrente da falta de ovulação, a produção excessiva de sebo, com pele e cabelos muito oleosos, a perda de cabelos e o aumento significativo de peso.
Ainda não se sabe ao certo o que causa a SOP, embora já esteja comprovado que metade das mulheres acometidas tem resistência a insulina e a outra metade apresenta alterações na hipófise, nas supra renais, no hipotálamo, além de produzir uma quantidade maior de hormônios masculinos.
Sabe-se, ainda, que a síndrome dos ovários policísticos está relacionada a um desequilíbrio hormonal, vez que é comum o aumento dos hormônios andrógenos, sobretudo da testosterona.
É comum que as portadoras da síndrome apresentem doenças no fígado, doenças cardíacas, pressão alta, colesterol elevado e diabetes mellitus. Além disso, as mulheres que têm ovários policísticos possuem uma maior propensão a desenvolver câncer de mama e do útero.
Como a síndrome dos ovários policísticos é uma doença crônica e não é curável, o tratamento é sintomático e depende da fase de vida em que a mulher se encontra.
Inicialmente recomenda-se a perda de peso, principalmente em pacientes adolescentes, vez que a redução de peso é capaz de reverter o quadro, já que a obesidade é causa direta da resistência à insulina, que, por sua vez, aumenta a produção de hormônios masculinos.
Em casos de inexistência do excesso de peso é preciso diminuir, por meio de anticoncepcionais, a produção dos hormônios andrógenos.
Além de anticoncepcionais orais, existe a possibilidade do uso de medicamentos que melhorem a resistência à insulina, como a metmorfina, ou que induzam a ovulação ( para tratar a infertilidade), como o citrato de clomifeno e de gonadotrofinas.
É possível, ainda, utilizar medicamentos que minimizem os efeitos dos hormônios masculinos, como a espironolactona e a flutamida.
A cauterização laparoscópica também é uma possibilidade, mas que é minimamente utilizada pois os medicamentos mais modernos alcançam os mesmos resultados da cirurgia.
Consultar regularmente um ginecologista é de extrema importância, pois essa é uma síndrome muito comum, que acomete inúmeras mulheres que sequer sabem que são portadoras e que , por isso, passam anos sofrendo com excesso de peso, dificuldade para engravidar, acne e todos aqueles sintomas que falei acima antes de terem um diagnóstico correto.
P.s: Essas informações são para simples referência e o médico SEMPRE deve ser consultado, viu????
Beijos
Ju