Todo mundo sabe que eu sou notadamente bagunceira e que acho extremamente difícil manter as coisas organizadas. Acho que isso é um dom, que eu, é claro, não possuo. Contudo, eu detesto sujeira!
Por mais paradoxal que pareça, bagunça é, para mim, uma coisa aceitável, mas sujeira não… Sujeira é falta de higiene e, além disso, eu sou o ser mais alérgico do planeta, e sujeira me dá alergia em segundos, tanto que aqui em casa é uma maratona para manter a minha bagunça sempre limpinha. Sim, eu AMO uma vassoura, acho que “passar pano” na casa é uma necessidade básica e que o aspirador de pó é uma das maiores invenções da humanidade!
Mas, a minha cisma com sujeira não tem nada a ver com mania de limpeza, que pode, dependendo do grau, se considerada como um transtorno psiquiátrico mesmo, o transtorno obsessivo-compulsivo, conhecido como TOC.
Claro que todos queremos viver em um ambiente limpo, e isso é o que se espera, aliás, mas, para algumas pessoas, a “necessidade” de limpeza é patológica, é doença mesmo, já que compromete seu convívio e desempenho pessoal, profissional e emocional. Para algumas pessoas, a necessidade de manter tudo limpo o tempo todo é tão grande que aquilo preenche a sua rotina, toma conta dos seus pensamentos e as controla de tal forma que se elas não mantiverem tudo dentro do grau de limpeza que elas acham normal, acreditam que algo de muito ruim pode acontecer. Outras simplesmente são tão viciadas que não conseguem parar de limpar as coisas o tempo todo.
De modo geral, o transtorno obsessivo-compulsivo se caracteriza de duas formas: quando há a obsessão ou quando há a compulsão. O que diferencia um do outro? A obsessão é quando imagens, ideias e pensamentos vêm a mente sem que a pessoa tenha vontade ou controle, enquanto que a compulsão está relacionada a “rituais” que a pessoa executa para aliviar a obsessão, já que, quando não executa o seu “ritual”, o indivíduo fica nervoso, ansioso, acreditando que algo terrível possa acontecer como decorrência dessa não realização, e isso, é claro, gera problemas diversos.
O maior problema nesses casos é que a pessoa demora a procurar ajuda por constrangimento ou vergonha, mesmo sabendo que o seu comportamento não é normal, não tem sentido. Há pessoas que convivem com isso a vida toda e não pedem ajuda, o que é uma bobagem, pois esse transtorno tem tratamento, tratamento esse que apresenta excelentes resultados, sobretudo se for diagnosticado no início.
É comum, para quem tem mania de limpeza, lavar as mãos várias vezes ao dia, usar álcool gel repetidamente e evitar tocar objetos e pessoas por considerar que eles estão contaminados. Caso apresente esses sintomas, o correto é procurar ajuda médica o quanto antes, pois quanto mais tempo passa, maiores são os prejuízos emocionais para o indivíduo portador do distúrbio.
Estima-se que cerca de 3% da população mundial tenha essa problema, mas, infelizmente, apenas 33% dessas pessoas, em média, procuram ajuda, o que é uma pena.
Beijos
Ju Lopes