Você sabe o que é a síndrome metabólica, uma doença que afeta centenas de milhares de pessoas ao redor do mundo e que está relacionada ao aumento de peso e a obesidade?
Não? Pois então vamos aprender!
O Que É a Síndrome Metabólica?
A síndrome metabólica, também conhecida por plurimetabólica, é caracterizada pela associação de diversos fatores de risco que aumentam as chances de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, a exemplo dos ataques cardíacos e do derrame cerebral, doenças vasculares periféricas e diabetes.
Não se sabe ao certo o que causa a síndrome metabólica, mas notório que fatores genéticos, bem como o excesso de peso e a não prática de atividade física são fatores importantes no surgimento da síndrome, sendo, por isso, considerada uma doença “moderna”, vez que se relaciona com a alimentação inadequada e o sedentarismo.
Insulina: A Chave da Questão!
A síndrome metabólica tem como base a resistência à insulina, o que significa que o pâncreas acaba sendo obrigado a produzir mais desse hormônio.
A insulina é o responsável por levar a glicose do sangue para as células, sendo de ação fundamental para o organismo. Quando há resistência a insulina, que é medida por um exame específico (é horrível esse exame e precisa ficar duas horas no laboratório, “colhendo” sangue de meia em meia hora), esse hormônio para de exercer as suas ações, inclusive o metabolismo de gorduras, estando, por isso, relacionada à obesidade.
Como Diagnosticar?
A síndrome metabólica está relacionada a hábitos de vida, como o sedentarismo e as dietas hipercalóricas, que acabam causando alterações metabólicas sérias, como a resistência a insulina, a diabetes, a pressão arterial elevada, a obesidade abdominal, a elevação dos triglicérides e a redução do bom colesterol.
Existem basicamente dois critérios para diagnosticar a síndrome metabólica: o Adult Treatment Panel (ATP-III), da American Heart Association e o do International Diabetes Federation (IDF). A principal diferença entre eles é que o IDF considera a obesidade abdominal como um critério obrigatório para a caracterização da resistência à insulina, e aqui no Brasil o critério adotado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia é o da IDF.
Simplificando, o diagnóstico da síndrome é feito quando há três ou mais dos sintomas relacionados abaixo:
1- Gordura abdominal aumentada, com cintura superior a 102 cm nos homens ou superior a 88 cm nas mulheres.
2- Baixo HDL (“bom colesterol”) : se o HDL, que é o colesterol do bem, estiver em níveis baixos (menos que 40 para os homens e menos que 50 para as mulheres), isso entra como critério para a caracterização da síndrome.
3- Triglierídeos superior a 150 e elevação do ácido úrico.
4- Pressão arterial alta (superior a 135X85).
5- Aumento da glicemia para um nível acima de 110 quando em jejum.
Analisa-se, ainda, alguns marcadores sanguíneos, como a proteína C-reativa.
Quando o indivíduo possui três ou mais desses “sintomas”, que são fatores de risco, é um sinal de que o organismo pode ser resistente à ação da insulina.
O diagnóstico leva em conta, além das características clínicas, os dados laboratoriais.
Prevalência: Quem São os Mais Atingidos Pela Síndrome
Via de regra, as manifestações da síndrome têm origem na idade adulta e tende a aumentar bastante com o envelhecimento, tanto que as chances de uma pessoa de 50 anos ter a síndrome é duas vezes maior do que uma pessoa de 30 anos.
Apesar de acometer mais indivíduos do sexo masculino, a síndrome metabólica é frequente em mulheres que possuem ovários policísticos.
Hoje já se sabe que uma em cada cinco pessoas moradoras de países desenvolvidos possuem síndrome metabólica. Pior, a doença possui “caráter familiar”, já que os hábitos alimentares são ditados em casa, então é comum que várias pessoas da mesma família apresentem o problema.
Os índicos, os negros e os orientais são mais acometidos que os brancos.
Algumas pessoas têm um risco particularmente aumentado de apresentar a síndrome metabólica. As características que aumentam o risco da síndrome são:
Fatores de Risco para a Síndrome Metabólica
1- Intolerância à glicose: caracterizada pelas taxas de glicemia em jejum superiores a 100, e entre 140 e 200 após a ingestão de glicose.
2- Hipertensão arterial.
3- Altos níveis de colesterol ruim
4- Baixos níveis do bom colesterol
5- Obesidade central ou periférica (gordura predominantemente abdominal)
6- Triglicérides alto.
7- Níveis elevados de ácido úrico
8- Microanbuminúria
9- Processos inflamatórios diversos
10- Fatores pró-trombóticos
11- Resistência à insulina de origem genética.
Como prevenir a síndrome metabólica?
A prevenção da síndrome metabólica inclui mudanças nos hábitos de vida, com atividade física regular, alimentação equilibrada e peso controlado.
Assim, manter uma dieta rica em verduras, frutas, legumes, pouca gordura e poucos alimentos industrializados, bem como fast food, é essencial para prevenir a doença, sobretudo em quem possui fatores de risco que podem levar ao surgimento da doença. No mais, é essencial praticar alguma atividade física cinco vezes por semana.
Quando os fatores de risco estão presentes é essencial que um médico seja consultado o quanto antes, já que o diagnóstico precoce é a certeza de melhores resultados no tratamento da síndrome metabólica.
Além de exames laboratoriais, o médico precisa ajudar o paciente a se conscientizar sobre o problema e sobre a importância do desenvolvimento de melhores hábitos de vida, já que o impacto das alterações metabólicas sobre o sistema cardiovascular é absurdo.
Como Tratar a Síndrome Metabólica?
Para tratar a síndrome metabólica é essencial, primeiro, mudar os hábitos alimentares e aprender a se alimentar corretamente. A atividade física diária também é de fundamental importância. Simplificando: coma menos e melhor, e se exercite mais. Simples assim!
É bom evitar o consumo de bebidas alcoólicas bem como o uso do fumo, que podem agravar bastante a síndrome metabólica, sobretudo se associada aos fatores de risco.
Alguns medicamentos são indicados e utilizados, mas principalmente para controlar os chamados fatores de risco, que incluem a diabetes e a pressão alta, por exemplo.
É muito importante, também, passar, regularmente, por uma avaliação médica, e isso vale inclusive para quem não está muito acima do peso, pois, como foi explicado acima, quanto mais cedo o problema for descoberto, maiores as chances de tratar, melhores serão os resultados e menores serão os danos.
Alguém aqui tem esse problema?
Beijos