Meninas, lembram que eu passei um tempão falando aqui sobre a falta de desejo sexual? Ainda essa época algumas meninas começaram a enviar e-mails pedindo pra que eu fizesse um post sobre a anorgasmia. Bom, demorou, mas saiu…E demorou porque esse tipo de coisa a gente precisa pesquisar muito antes de escrever…Além de pesquisar, fui pentelhar minha gineco pra tirar todas as minhas dúvidas, pois só assim conseguiria fazer um post claro e útil. Como se vê, médico de blogueira sem noção sofreeeee!
A anorgasmia é a ausência do orgasmo mesmo quando há desejo sexual e relação sexual satisfatória. É dizer, a relação sexual é completa, cheia de desejo mas a mulher simplesmente não consegue “chegar lá”.
Estudos estimam que mais de 60% das mulheres em idade reprodutiva são anorgasmicas, o que é um número bastante relevante. Mais relevante ainda é o fato de que a grande maioria das mulheres que não conseguem ter um orgasmo simplesmente entra em negação como forma de defesa.
Esse comportamento, plenamente compreensível, precisa ser revisto, porque ao negar e fingir, a mulher está, na verdade, privando-se de uma vida sexual plena, e isso sim é inaceitável.
Em muitos casos a mulher finge um prazer que não existiu para não magoar ou frustrar o parceiro, quando ele é tão responsável quanto ela pela situação, porque toda relação é uma troca em que todas as partes envolvidas são corresponsáveis.
Trata-se de um quadro de difícil tratamento justamente porque os fatores determinantes são os psicossociais, ou seja, tabus, experiências traumáticas, baixa autoestima, educação sexual repressiva, desconhecimento do próprio corpo, falsas crenças, culpa sexual, dentre outros.
A anorgasmia originada por causas orgânicas representa menos de 5% dos casos e está ligada ao uso excessivo de álcool e de drogas, dores na relação sexual, hipertrofia dos pequenos lábios e algumas outras doenças.
Quando a mulher apresenta esse tipo de problema (me refiro as mulheres pois esse é um quadro raro entre os homens) é preciso procurar logo um ginecologista para avaliar a presença ou não de causas orgânicas.
Se não existirem problemas orgânicos, deve-se analisar se existem dificuldades emocionais ou psicológicas e, se for o caso, trata-las com apoio de um psicólogo ou psicoterapeuta.
Hoje já existem terapias específicas para problemas sexuais, sendo que elas podem ser individuais, em casal ou mesmo em grupo.
As pessoas, principalmente das cidades pequenas, costumam ter ressalvas em relação a esses tipos de terapia, mas elas são de fundamental importância na cura dessa disfunção, já que é na terapia que a gente analisa e revê nossos tabus e falsas crenças, recebe orientação adequada e, assim, se abre para a mudança.
O certo é que, seja lá qual for a causa, a gente precisa buscar a solução, porque não dá pra passar a vida fingindo, né? Qual a graça disso? Qual o prazer disso? Qual a lógica disso? NENHUMA!
Beijos
Ju
@JuLopesL / julianalopes@patricinhaesperta.com.br