A doença celíaca (DC), que passou a ser mais conhecida nos últimos anos, foi mencionada pela primeira vez no início da era cristã, mas só foi descrita nos termos atuais em 1888.
Mas o que é, enfim, a doença celíaca?
Trata-se de uma doença causada pela intolerância permanente ao glúten, que tem proteína resultante da mistura de outras proteínas como: glutelina e gliadina – encontradas em uma das estruturas do trigo chamada de endosperma, influenciada por fatores ambientais, imunológicos e genéticos.
Ela é caracterizada por uma alteração na mucosa do intestino delgado, com atrofia parcial ou total das vilosidades intestinais, o que implica na má absorção dos nutrientes.
Durante muitos anos, e após muitos estudos, não se sabia ao certo quais eram as suas causas e qual substância era, ao certo, a causadora da doença. Por um período acreditou-se que os hidratos de carbono eram os responsáveis e foram preciso muitos anos e muitos estudos para, após a segunda guerra mundial, por causa da carência de cereais durante a guerra, concluir-se que a doença estava relacionada de alguma forma ao glúten.
Com relação aos aspectos nutricionais vale salientar que as principais queixas vão desde a diarreia crônica, à distensão abdominal, vômitos, anorexia, irritabilidade, déficit de crescimento, dor, perda de peso, entre outros.
Em relação ao controle e tratamento da doença, dentre todas as formas estudadas, o controle da alimentação ainda é a parte principal do tratamento, e isso implica a restrição de alimentos com farináceos, que devem ser reduzidos ou restringidos até que se encontre a cura, e caso ela venha a existir, provavelmente deverá ocorrer através da dieta.
A progressão do quadro evolutivo da doença deve ser retardado ou controlado através tão somente daquilo que lhes é fornecido durante a alimentação, assim sendo, a alimentação aqui pode ser encarada como fonte de saúde ou também de doença.
Sabe-se que uma alimentação adequada deve ser composta, de forma geral, por alimentos energéticos, construtores e reguladores, e que os mesmos devem ser fornecidos em quantidades adequadas, sempre que for possível. Neste caso, o paciente deve ter uma alimentação variada, composta por elementos ou nutrientes que o ajudem a crescer, e a retirada do glúten não atrapalha, no caso das crianças, o processo de crescimento que se estende até a adolescência, desde que se substitua por outros alimentos sem glúten.
Diante do aumento da prevalência de crianças celíacas, torna-se essencial estudar meios que permitam controlar a doença e fornecer alimentos que lhes possibilitem uma alimentação linear como a de crianças que não tenham esse problema, assim como é de suma importância a conscientização do comportamento familiar, bem como também das escolhas alimentares ligadas às substituições de alimentos, suas aquisições e preparo.
No caso da doença celíaca, é importante destacar o papel do nutricionista, que vai conscientizar o paciente e a família (no caso de crianças) acerca da importância dos costumes alimentares, com vistas à promoção, à manutenção e à recuperação da saúde. Para tanto, devem ser observadas as necessidades alimentares individuais para, assim, programar práticas que promovam uma verdadeira educação nutricional.
Beijos
Ju Lopes