Quem transpira em excesso sofre e não é pouco. Apesar de causar muitos inconvenientes o suor, que é produzido pelas glândulas sudoríparas, é essencial para o correto funcionamento do organismo, já que é sua função controlar a temperatura corporal. Além disso, o suor também ajuda na eliminação de substâncias tóxicas do corpo.
Quando esse suor acontece de forma excessiva, chamada de hiper-hidrose, é preciso, contudo, procurar ajuda, pois esse excesso, que geralmente acontece nas mãos, no couro cabeludo, nas axilas e nos pés, causa muitos transtornos, chegando a influenciar – e muito- na vida social, emocional e profissional das pessoas.
Em muitos casos o suor vem, ainda, acompanhado de mau cheiro, o que decorre da sua composição, que conta com água, sal e algumas outras substâncias que servem de “banquete” para bactérias e fungos.
Porque suamos?
Nosso corpo é uma maquina inteligente; e o suor está relacionado ao controle da temperatura corporal. A temperatura do corpo humano precisa se manter estável numa temperatura que varia entre 36° e 37º para que os processos biológicos inerentes ao organismo bem como as reações químicas do mesmo ocorram normalmente. Quando a temperatura do corpo aumenta, o sistema nervoso envia mensagens que fazem com que as glândulas secretoras secretem mais suor pra manter a temperatura do corpo estável.
Assim, o suor é produzido e direcionado para a superfície da pele, sendo expelido pelos poros. A medida que ele vai evaporando, a temperatura corporal vai reduzindo, sendo que o responsável por esse mecanismo é o sistema nervoso autônomo.
Esse mecanismo aparentemente simples é de essencial importância já que regula várias funções importantes do organismo, inclusive algumas que não temos o menor controle, como os batimentos cardíacos e a dilatação das pupilas.
Excesso de suor: causas
A hiperidrose é uma doença que aflige cerca de 1% da população mundial, sendo que, aqui no Brasil, mais de 2 milhões de pessoas possuem a doença, que se caracteriza pela transpiração excessiva sem causa específica.
O suor, quando acontece de forma equilibrada, é extremamente saudável, já que é um mecanismo utilizado pelo organismo para controlar a temperatura corporal e eliminar o possível excesso de sais minerais.
Em algumas situações, como prática de exercícios físicos, lugares abafados e temperaturas elevadas, é normal que a gente transpire mais, e isso não é caracterizado como doença.
A doença, que afeta mãos, pés, axilas, rosto, peito, costas e bumbum não possui uma causa definida. Alguns dizem que trata-se de um problema psicossomático, outros sustentam que é causada por um mau controle do sistema nervoso autônomo simpático.
O certo é que, na maioria dos casos, a hiperidrose tem origem emocional e pode aparecer e desaparecer dependendo da situação. A causa emocional, também chamada cortical, é desencadeada e/ou agravada por fatores emocionais. Quando a causa é emocional, o suor excessivo cessa durante o sono, já que há uma redução dos impulsos nervosos, ao contrário do que ocorre quando a doença tem causas orgânicas.
Algumas doenças, como a obesidade, o hipertireoidismo, a diabetes e a gota, podem desencadear a hiperidrose, que também pode decorrer da gestação e da menopausa.
Excesso de suor: como tratar?
Adstringentes e antiperspirantes
O agente antitranspirante atua formando um tampão próximo ao folículo piloso. Isso evita que o suor seja secretado ou diminui o nível de transpiração. Os especialistas, portanto, recomendam a aplicação de antitranspirante na noite anterior, quando há um mínimo de suor. Isso dá uma oportunidade para o antitranspirante se estabelecer e não ser lavado antes de começar a funcionar.
Deve ser suficiente usar um antitranspirante uma vez ao dia. Não aplique antitranspirante na pele molhada. Saiba mais em: Qual a Diferença Entre Desodorante e Antitranspirante?
Desodorantes
Botox para excesso de suor na axilas
Um dos tratamentos mais recomendados é a aplicação local da toxina botulínica, o velho e conhecido botox. O botox age impedindo a que ocorra a comunicação entre o nervo e a glândula de suor, que, ao deixar de ser estimulada, fica inativa.
Essa opção do botox vem sendo cada vez mais utilizada, pois, por causa do abafamento da região, é comum que o odor exalado seja muito forte, já que há uma maior proliferação de bactérias, o que gera muito constrangimento.
O botox pode ser utilizado para reduzir o suor nas mãos, nos pés e nas axilas; o tratamento é feito em consultório médico, requer anestesia com e sua duração é de cerca de 12 meses dependendo da região.
Suor nas axilas
Se a hiperidrose for apenas nas axilas ou se for mais intensa nas axilas, existe a possibilidade de remoção das glândulas de suor, que é feita através de uma cirurgia similar a lipoaspiração, onde as glândulas são aspiradas e removidas.
A simpatectomia endoscópica é, também, uma opção para quem tem excesso de suor nas axilas e na palma das mãos. O que essa cirurgia faz é danificar o caminho percorrido pelo impulso nervoso para chegar às glândulas secretoras. Via de regra, o tratamento apresenta bons resultados, mas o suor das mãos e axilas em alguns casos pode migrar para outras regiões do corpo.
Excesso de suor: tratamento cirúrgico
Quando os tratamentos clínicos e/ou psicoterápicos não funcionam para conter a hiperidrose é possível realizar uma cirurgia, chamada simpatectomia torácica.
A simpatectomia torácica é indicada principalmente para casos de hiperidrose palmar e axilar, obtendo melhores resultados na hiperidrose primária.
Pacientes portadores de hiperidrose secundária, insuficiência respiratória, cardiovascular, diabetes, obesidade ou com sequelas de doença pleural não são indicados para esse tipo de cirurgia.
Trata-se de uma cirurgia feita sob anestesia geral, sendo feitos de dois a três mini orifícios no tórax. Usa-se uma microcâmera para visualizar a cadeia simpática e, com o instrumental adequado, realiza-se a dissecção e ablação do segmento nervoso.
Os riscos são os mesmos de qualquer cirurgia que envolva anestesia geral, e incluem reações alérgicas e infecções. Antigamente, quando não era utilizada a videotoracoscopia, havia o risco de lesões no ganglio estrelado, o que gerava a Síndrome de Horner, mas essa complicação praticamente não existe mais.
Um efeito colateral comum dessa cirurgia é a sudorese compensatória, que aparece em outros lugares, como o tronco, e dura, em média, seis meses. Os resultados da cirurgia, que são imediatos, são animadores, já que a grande maioria das pessoas que se submetem a essa cirurgia ficam curadas. Quem tiver interesse de saber mais sobre esse tipo de cirurgia deve procurar um médico especialista em cirurgia torácica.
Suor nas mãos
A Iontoforese é um tratamento bastante indicado e é feito com a imersão das mãos em uma cumbuca condutora de energia, o que diminui muito o suor das mãos.
Se o problema for de origem emocional
Alguns medicamentos antidepressivos, ansiolíticos e anticolinérgicos proporcionam alivio parcial, e eles agem atrapalhando a comunicação entre a glândula e o nervo. Psicoterapia ajuda em muitos casos, sobretudo se o problema tiver origem emocional.
Alimentos que pioram o odor do suor
Alguns alimentos podem piorar o odor do suor e, por isso, devem ser evitados, como o alho, a pimenta, o curry, a cebola, o café, o gengibre, o cominho, a mostarda, o guaraná, o chocolate e o álcool. Além disso, alimentos estimulantes ou que estimulem o metabolismo precisam ser consumidos com cautela, pois favorecem a sudorese, já que aumentam a temperatura do corpo, e aí o organismo, para manter a temperatura corporal sob controle, aumenta a produção de suor.
Excesso de suor: palmilhas e cosméticos
Excesso de suor: roupas certas
As melhores opções de roupas para quem sofre com o excesso de suor são as feitas de tecidos naturais, como o algodão, que são mais leves e permitem que a pele respire. Roupas de tecidos sintéticos ou impermeáveis devem, sempre, ser evitados, pois pioram o quadro.
As cores escuras também devem ser evitadas, sobretudo durante o dia e no verão, já que “esquentam” mais, o que estimula a produção de suor. Para quem “sofre” com as manchas causadas pelos desodorantes, que até pouco tempo atrás eram bem comuns, vale lembrar que já existem opções que prometem evitar esse efeito, o que é muito bom!